A década de 60 foi marcante para a produção da borracha natural que chegava a atingir 12 toneladas/dia. Porém, as constantes mudanças nos cargos políticos do país refletiram negativamente na administração local.
A fiscalização nas plantações e os recursos para trabalhar diminuiram, e o fogo na época da estiagem dizimou parte da plantação. Anos mais tarde o quadro efetivo de seringueiros também diminuiu, e os responsáveis, sem alternativa, passaram a contratar pessoas sem experiência no ramo. As consequencias foram desastrosas.
O nível de qualidade do látex já não era o mesmo. Os cortes eram feitos sem obedecer critérios, fazendo com que as seringueiras secassem e morressem. Outro fator marcante foi quando começaram a misturar água ao leite coletado para dar maior quantidade, porém, menos qualidade, resultando em prejuízos na centrifugação. Havia também, segundo alguns relatos, trabalhadores que vendiam parte da produção para barcos que atracavam no porto por um preço mais alto do que o que era pago pela administração.
No final da década de 70, foi dado direito à aposentadoria parcial, através de uma lei, ocasionando a saída de mais da metade dos trabalhadores. A partir desse momento não havia mais expectativa com o local, e Belterra foi tomada pelo descaso do governo. No final dos anos 80, um grupo de moradores reuniu-se para planejar um futuro melhor para Belterra. Foi quando surgiu a idéia da Emancipação.
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