sexta-feira, 17 de junho de 2011

Belterra em verso e prosa...

O DUELO SANGRENTO
Francisco Bezerra (Seu Tica)

Vou lhe contar uma história
De uma terra sem igual
Que fica no coração
Da floresta tropical
Pra turista visitar
Ela é o ideal

É um paraíso verde
A minha querida terra
Fica em uma planície
Bem em cima de uma serra
Sua mãe é Fordlândia
E o seu nome é Belterra

Seus habitantes não tem
Contato com a maldade
Com drogas corrupções
Nem com a criminalidade
Todo mundo só quer paz
Trabalhar e viver a vontade

As casas de uma só cor
São branquinhas como a paz
Verdes como a esperança
Com seus imensos quintais
Que dá pra fazer hortas
E criar animais

Em toda parte se vê
Verdejantes seringueiras
Que garantem boa renda
Assim como a laranjeira
Os jambos e os abacates
E sobretudo as mangueiras

Nas eiras ver-se a beleza
Das plantas ornamentais
De madrugada adentro
Cantam os galos nos quintais
De dia gorjeiam as aves
Bailam roupas nos varais

Mas nem tudo é harmonia
Num tudo é deslumbrante
Nunca houve um paraíso
Que não houvesse um tormento
E ás vezes um sorriso
Abre as vagas pro lamento

 E a história que vou contar
Começou de tal maneira
Que ao sair um delegado
Dessa terra tão ordeira
Veio Raimundo Feitosa
Tomou posse da cadeia

Muito amigo e bem quisto
Por toda população
Feitosa tinha um trabalho
De justiça e de ação

Foi fotografo autônomo
Enfermeiro no hospital
Já fora comerciante
Levando vida normal
Mas o destino lhe deu
Sua prisão fatal

Quando chegou pra polícia
Apenas em uma semana
Conquistou a simpatia
Daquela gente bacana
Vagabundo e ruaceiro
Trastejava tava em cana

Mas quando lhe pegou
Essa tal delegacia
Um certo policial
Há muito tempo havia
Conhecido por Ernani
E ser delegado queria

Feitosa logo de cara
Não topou com o camarada
E uma urgente mudança
Por ele foi planejada
E tirando Ernani fez
Inimizade cerrada

Com o seu afastamento
O tira ficou magoado
Tantos anos de trabalho
Pra depois ser alijado
E mesmo perdeu a chance
De se tornar delegado

Existe um clube em Belterra
O tão famoso União
Ernani tomava parte
Era do seu coração
Membro da diretoria
E trabalhava no balcão

Um certo fim de semana
Numa festa muito quente
Devido o seu jeitão
De policial imponente
Ernani iniciou
O lamentável incidente

Um litro de vinho foi
O pivô da confusão
Ernani que só queria
Moralizar o União
Terminou se envolvendo
Numa tremenda questão

No outro dia bem cedo
Feitosa mandou chamar
O ex tira implicado
Não pode se explicar
Mas homem aborrecido
Disse que não ia lá

Então Raimundo Feitosa
O ameaçou de verdade
Disse não ficaria
Assim na impunidade
Aquele que ofendesse
A sua autoridade

Mandou um guarda buscá-lo
Direto pra cadeia
Mas Ernani parecia
Que nem via a coisa feia
Acho que ele já estava
Com o sangue do cão na veia

E falou assim ao guarda
Não adianta recado
Vá e diga ao seu chefe
Que não vou nem amarrado
E quero que ele venha
Se é bom delegado

Com o recado o delego
Deu um suspiro profundo
E disse: hoje ele vem
Ou não me chamo Raimundo
Ou o meto no xadrez
Ou me mudo desse mundo

Meu estado de saúde
Já não anda muito bem
Portanto eu vou pedir
Reforço em Santarém
Mas de um jeito ou de outro
Esse cabra hoje vem

Pois os guardas de Belterra
Não tem uma garantia
Trabalham sem documento
Carteira, registro ou guia
Não tem uma carta branca
Que lhe tire de uma fria

Portanto um deste
Trabalha desamparado
Para ajudar e delega
E ganhar algum trocado
Mas se ele matar alguém
Ta o negão atolado

Pois bem seguiu Feitosa
Rumo a TelePará
Naquela linda manhã
A fim de telefonar
Pra sede policial
E o tal reforço chamar

Ernani quando descobriu
Que o reforço era chamado
Disse: pra aquela cadeia
Eu não vou e ta falado
E vou mostrar pro Feitosa
Que também fui delegado

Carregou o trinta e oito
Pegou o velho facão
Montou sua bicicleta
Que era sua condução
Despediu-se da família
Nesta mesma ocasião

No boteco da esquina
Que pertencia ao Navarro
Tomou um trago de pinga
Pra combater o pigarro
Sabendo que neste dia
Um dos dois ia pro barro

Para o posto telefônico
Foi logo se encaminhando
Ao saber que era dali
Que Feitosa ia voltando
Bem no meio do caminho
Eles foram se encontrando

Foi uma contenda ligeira
Sem briga sem discussão
Um sacou o trinta e oito
Outro sacou o facão
Seguiu um para o hospital
O outro para o caixão

Ernani se aproximou
Sacou logo o seu ferro
Queria matar a faca
Nem lembrou-se mais do berro
Feitosa pensou depressa
Nesse daqui eu não erro

E detonou uma bala
Bem sobre o coração
Do homem que furioso
Já erguera seu facão
Acertando na cabeça
Fez uma grande incisão

Ernani morreu na hora
Feitosa dias depois
O tal orgulho ferido
Se transformou em algoz
Destes dois pais de família
Extinguindo todos dois

Raimundo Dias Feitosa
Manoel Ernani Vieira
Só isso eu talvez queria
Pra falar em verso ou prosa
Ou da pétala da rosa
Ou do espinho da roseira
Eu faço por brincadeira
Pra prosa fui treinado
Se despede seu criado

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Era uma vez um conto popular...

O FOGO DA ESTRADA SEIS
(Chardys)

Dizem que na estrada seis
Um fogo surge e apavora
A quem andar por ali
À noite, fora de hora.
 
É que surge de repente
Que sobe e desce no espaço
E que corre atrás da gente
E faz cair de cansaço.

Ora fica fogo enorme
Ora fica pequenino
Eu não ando à meia noite
Pela estrada seis sozinho.

Não conto pra fazer graça
E guardo isto em segredo
Tem gente que até na calça
Já mijou de tanto medo.

domingo, 5 de junho de 2011

Rede ItsNoon premia criações belterrrenses


A ItsNoon é uma rede de aprendizagem, criação e trocas existente no Brasil, Holanda e África do Sul. A principal proposta é incentivar a reflexão sobre temas importantes através de imagens, músicas e vídeos.

A palavra “Noon” significa “meio dia”, momento em que o sol clareia tudo e todos, e ninguém faz sombra pra ninguém. Dessa forma, os criadores são valorizados expressando seu pensamento sobre assuntos que fazem parte do cotidiano utilizando os recursos que possuem e podem ser remunerados por isso. Essa ideia é chamada de Sevirologia onde todos podem criar da forma que sabem fazer, aprender e interagir com amigos e sevirólogos de vários lugares do mundo.

A ItsNoon propõe chamadas criativas sobre temas diferentes, com início e término determinados. No mês de maio as belterrenses Mônica de Almeida (Mônica Belterra) e Míriam Lane (Míriam Amazônia) foram premiadas pelas imagens e textos criados nas chamadas “Como o seu celular pode te ajudar a transformar a sua comunidade?” e “Como despertar o brilho das pessoas que não conseguem brilhar?”, respectivamente:

Belterra no meu celular. (Mônica)
Belterra é uma cidade histórica do Oeste do Pará. Ela surgiu em meados de 1934 para ser uma grande produtora de borracha natural para os Estados Unidos. Hoje, a cidade preserva os prédios e monumentos herdados da Companhia Ford, no entanto, o celular seria de grande importância para o registro do patrimônio ainda existente em Belterra.

A borboleta azul no jardim da vida. (Míriam)
É maravilhoso ter o privilégio de contemplar essa linda cena. Uma borboleta azul pousar nas flores de nosso jardim é normal, mas muitas pessoas nunca nem viram uma borboleta nessa cor. A liberdade que ela tem de voar pra onde quiser é a mesma liberdade que todos almejam. Entretanto, para o nascimento de uma borboleta é necessário que permitam que as lagartas continuem vivas. Há quem não goste e as matam impedindo que uma bela borboleta evolua. Assim como elas, muitas pessoas são impedidas de brilharem, de assumirem sua própria personalidade ou de seguirem a profissão que gostam. A borboleta no jardim retrata nossa realidade: o desejo pela liberdade, o respeito pela cor, o direito de ter um lugar e o direito de viver. Quer ser uma borboleta? Então, não desista da vida e brilhe no mundo!

* Jornal A Corrente - Edição 04 de Junho de 2011.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Festividades de Santo Antonio - Padroeiro da Cidade


A Pogramação Litúrgica das Festividades de Santo Antonio de Pádua em Belterra iniciou no dia 31 de Maio com a Celebração da Coroação de Nossa Senhora, Transladação da Imagem de Santo Antonio e Terço Vivo sendo coordenado pelo Pe. Auricélio Paulino. O tema desse ano é “NOSSA MISSÃO É DEFENDER A VIDA PLENA” e o lema “Ele os enviou... Para onde Ele mesmo devia ir” (Lc 10,1).

A trezena iniciou com o Círio e com celebrações litúrgicas que estão sob responsabilidade das paróquias belterrenses e santarenas. O encerramento será no dia 13 de Junho (Dia de Santo Antonio) com salva de fogos, celebração eucarística, caminhada, passeio ciclístico, procissão, finalizando com a programação do arraial.

Programação Social da Trezena de Santo Antonio de Pádua. (Arraial)

01/06 – Suane Cristina Soledade (voz e violão)

02/06 – Artista Local Willames Sousa e Sra. Antonia Arcanjo (Toinha)

03/06 – Artista Regional Elson Feitosa (Sunta)

04/06 – Companhia Sertaneja

05/06 – Quadrilhas Trevo do Amor e Esperança

06/06 – Grupos de Louvor (Estrada 8, Bairro Santa Luzia e Estrada 1 – Filhos de Maria)

07/06 – Jovens Talentos: Rayner, Alzilene, Gisele, Gian, Albecy e Arlan.

08/07 – Seresteiros da noite: Edno, Gilmara, Gregório e Johab Alan.

09/06 – Carlos Miranda

10/06 – Quadrilha Big Ben e Show de Calouros

11/06 – Show “Clube do Ouvinte” – Rádio Rural de Santarém – Festa Dançante

12/06 – Carimbó Raízes da Terra e Cheiro do Pará, Carimbó do Cupuaçú e Seresta da Saudade

13/06 – Banda Paz na Terra (Santarém) e Banda Luz (Alter do Chão)

Visitantes pelo mundo