Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua - Belterra/Pará (Foto Mizael Santos)
A Companhia Ford criou uma pequena cidade americana na Amazônia em 1934, com diversas construções para abrigar e servir seus funcionários. Entretanto, a aceitação de cultos religiosos só foi permitida após uma conversa entre Henry Ford e o Cardeal Mooney, em Detroit - EUA. Após explicar que o Brasil era um país predominantemente católico, o dono da Ford permitiu a evangelização no local e, em 1943, começaram as expedições religiosas pelas comunidades do Tapajós, incluindo Belterra e Fordlândia, antes realizadas clandestinamente. Nesse ano chegaram os primeiros líderes católicos: Frei Rogério Voges e Frei Severino Nelles.
Parte da área disponibilizada pela Companhia Ford.
Os administradores americanos cederam uma área em frente ao campo de golfe (atual praça Brasil) para as construções católicas. Em 1944, foi erguido o primeiro mosteiro de Belterra, com ajuda dos líderes franciscanos, e sob responsabilidade do mestre de obras Francisco de Paula Correa (presidente da associação dos construtores da Matriz), priorizando o convento e seguindo com a capela. A casa católica erguida em estilo sobrado (altos) foi toda construída em madeira (beneficiada na serraria), e ficava ao lado esquerdo da área destinada à futura capela, no mesmo local da atual casa dos padres. Anos mais tarde virou o Convento das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo.
Casa dos Frades Franciscanos em 1950. (Arquivo Pe. Sidney Canto)
Capela de Santo Antonio, casa dos padres e o antigo coreto em madeira. (Arquivo do Blog)
A construção da primeira Capela em Louvor a Santo Antônio (e segunda erguida em Belterra), iniciou em 1945 e foi inaugurada no dia 23 de junho de 1946 pelo líder católico da Prelazia de Santarém Monsenhor Anselmo Pietrulla. A missa de domingo foi concelebrada pelo Frei Rogério Voges e o vigário anfitrião Frei Severino Nelles, assim como a presença de Frei Feliciano e Frei Marcos Peterek.
Capela em 1950 e 1953. (Arquivo Pe. Sidney Canto)
A Capela foi toda construída em madeira de lei, de frente para a área da futura praça na esquina com a vila mensalista, e ao seu lado foi colocado um sineiro em concreto (o mesmo da atual igreja). A celebração marcou as festividades do santo padroeiro de Belterra e se estendeu até a véspera do dia de São João.
Interior da Capela. (Arquivo do Blog)
Congregação Mariana e Frei Osmundo Menges, OFM, em frente a antiga igreja, 1950. (Foto Pe. Sidney Canto)
No dia 26 de setembro de 1954, foi erguido um grande Cruzeiro pelos membros da igreja na área da praça, em frente à Capela, como marco comemorativo das Santas Missões Populares, sendo substituído em 1971.
Cruzeiro erguido em 1954. (Foto Pe. Sidney Canto)
Desmonte da Capela. Ao lado do sineiro, blocos de concreto para a nova construção. (Foto Pe. Sidney Canto)
No ano 2000, a igreja Matriz teve uma grande mudança em sua estética. A reforma do templo foi realizada com alteração da cor original, que por mais de quarenta anos foi na cor cinza, tonalidade do concreto, e nesse ano foi pintada na cor verde de várias tonalidades. Segundo Frei Alexandre Dowey, essa cor foi escolhida em respeito às pinturas tradicionais de Belterra e inspirada nas lições sobre o meio ambiente desenvolvidas pela Conferência das Nações Unidas, conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro.
Igreja Matriz com pintura antiga. (arquivo do Blog)
Igreja Matriz no ano 2000.
Em 2017, o Padre José Ronaldo Brito, pároco de Belterra, elaborou um grande projeto de reforma para a Matriz, incluindo a construção do forro que a igreja nunca teve, revitalização da pintura externa nas cores verde e branca, e personalização interna com símbolos tradicionais católicos e das comunidades belterrenses. No dia 21 de outubro aconteceu a pré-inauguração da reforma com apresentações culturais do Grupo de Teatro Atores de Deus (O milagre de Santo Antonio do Sacrário e a mula) , Orquestra de Violões de Belterra (músicas religiosas) e Orquestra Filarmônica de Santarém (músicas clássicas), com celebração presidida pelo Pároco da Matriz.
Igreja Matriz em fase de acabamento, 2017.
No dia 29 de outubro de 2017, a Celebração Eucarística presidida pelo Bispo da Diocese Dom Flávio Giovenalle marcou a inauguração da reforma da Matriz de Santo Antônio de Pádua, que ao lado do mentor do projeto, Padre José Ronaldo Brito, fez o rito de Dedicação da Igreja e Sagração do Altar, espalhando grande alegria na comunidade católica que também colaborou direta e indiretamente para que o templo fosse reformado preservando sua história e grandiosidade.
Missa solene da inauguração da reforma da Matriz, em 2017. (Foto Oti Santos)
Missa solene da inauguração da reforma da Matriz, em 2017. (Foto Antenor Gentil)
Em julho de 2018, a frente da Matriz ganhou a estátua do santo casamenteiro, adquirida durante a caravana de Santo Antônio realizada pela região nordeste do país.
Pe. José Ronaldo Brito apresentando a estátua. Ao lado a imagem do Vitral da Igreja (arquivo do blog)
Ainda como parte do projeto de reforma da Matriz, idealizado pelo Padre José Ronaldo Brito, está a construção da Capela Mortuária, erguida atrás do templo, mas teve suas obras paralisadas após sua brusca partida, em 2021. A obra continua em 2024 sob nova direção.
Início da construção da Capela Mortuária em 2019. (arquivo do blog)
Igreja Matriz com imagens de Odenildo Brito @belterra_vista_de_cima
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