A palavra sino tem origem do latim "signum", que significa sinal. Ele foi inventado na China há cerca de 4000 anos como um instrumento de percussão. O sino também era usado como meio de comunicação para marcar as horas e avisar os trabalhadores que o turno chegou ao fim. Feito em bronze, seu formato obcônico (vaso invertido) possui três partes: coroa, bacia e badalo. A bacia é a parte de metal que possui a forma obcônica, e sua parte inferior é chamada de boca. O tamanho de seu diâmetro que define a afinação em várias notas musicais, podendo produzir sons fortes, agudos e graves.
Os sinos são sempre afinados em 5 harmônicas, conforme mostra a fotografia. Elas são: (N) a Nominal; (Q) a Quinta da nota fundamental; (T) a Terceira menor da nota fundamental; (F) a Fundamental, nota da primeira oitava inferior - ou abaixo; e (B) e o Bordão, nota da segunda oitava inferior - ou abaixo.
No catolicismo, os sinos começaram a ser usados no século V em mosteiros no sul da Itália, na região de Campânia. Por ser desse lugar, a palavra "campana" virou sinônimo de sino, ou campainha. Com o passar dos tempos, os sinos ficaram mais comuns nas torres de igrejas paroquiais e catedrais, se espalhando pela Europa e continente americano. Fabricados em metal, os mais modernos são fundidos em bronze e com ouro para sua afinação e potência. Os sinos são muito importantes para a Igreja Católica, pois seu ressoar desperta para louvor a Deus e à Nossa Senhora, que antes esses momentos litúrgicos eram feitos com matracas e trombetas. Cada sino recebe um nome de consagração quando é fabricado e posteriormente abençoado pelo Bispo com água benta.
Em Belterra, a capela em louvor a Santo Antônio foi construída em 23 de junho de 1946, após os líderes religiosos serem permitidos evangelizar nas terras americanas da Companhia Ford, através dos padres que iniciaram suas caminhadas em 1937, dentre eles o alemão Frei Rogério Voges. Em janeiro de 1947, os sinos chegaram até a vila e no dia 21 de fevereiro aconteceu uma solenidade litúrgica especial sob liderança do Pároco Frei Tadeu Prost, que ao lado de Dom Anselmo Pietrulla, líder da Paróquia de Santarém, invocaram as bênçãos divinas sobre o novo templo e seus sinos recém-chegados à capela central, sendo tocado pela primeira vez anunciando a novena no dia 18 de março. O sineiro possuía um pequeno telhado para proteger a peça de bronze. O sino atual possui a marcação do ano 1951, o que leva a entender que foi substituído nesse ano.
Aos domingos de manhã, o sino é acionado pelo sineiro responsável, escalado pela paróquia, para avisar o horário e chamar a comunidade católica para a santa missa. É um sino manual (puxado a corda) com contrapeso de madeira, e possui a escrita "SÃO FRANCISCO" e "IGREJA STO. ANTONIO - BELTERRA - PARÁ" na parte traseira, ao lado da corda, e na frente o desenho de uma cruz com as iniciais e números de identificação "OPVS 9337 1951".
Essa informação descrita na bacia representa o ano de fabricação e a empresa responsável. Trata-se da empresa de fundição Sinos Samassa Ltda, do fundidor Alberto de Samassa que saiu da Itália e veio para o Brasil em 1937 com sua família, estabelecendo seu patrimônio em Sorocaba, interior de São Paulo. Desde então, passou a ser a maior empresa de fundição de sinos, por ter todo cuidado em relação a afinação e potência de cada campana fabricada.
VOCABULÁRIO DOS SINOS
Campana: Sinônimo para sino ou campainha.
Campanário: Torre que possui sinos, também chamado de torre sineira.
Campanologia: Ciência que estuda a origem, história e fundição dos sinos. Constitui-se também na arte de tocar músicas em sinos, campainhas, ou copos.
Campanólogo: Todo aquele que se dedica à campanologia.
Carrilhão: A presença de mais de um sino no campanário já se constitui em um carrilhão.
Carrilhão musical: Conjunto de vários sinos com notas musicais distintas onde se pode tocar qualquer música.
Carrilhonista: Músico que toca carrilhões.
Sineira: É a janela da torre, a janela do campanário onde os sinos ficam suspensos e por onde seus sons são propagados.
Sineiro: É o profissional dos sinos, que pode atuar como fabricante, restaurador, fazer a manutenção ou mesmo tocá-los.
Pesquisa e texto: Míriam Sousa
Fontes de Pesquisa:
Relatos do jornalista Oti Santos
Blog Pe. Sidney Canto
Sinos e Campanários: A História dos Sinos
Dossiê Toque dos Sinos
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