quarta-feira, 15 de maio de 2024

Histórico da Gincana Cultural de Belterra

   

Última atualização 20/05/2024

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 A cidade de Belterra, oeste do estado do Pará, foi fundada pelo magnata norte-americano Henry Ford, e tem um grande potencial turístico que abrange sua história. A bela terra sempre foi um lugar de gente alegre e hospitaleira, que celebra as datas comemorativas e sua cultura com muito entusiasmo.

  Nos anos 90, um grupo de amigos organizou a primeira competição para a juventude da vila, e essa brincadeira de férias virou um evento oficial da cidade. Esse evento foi inspirado na gincana de férias de Santarém que acontecia na época. Em Belterra, as tarefas sempre foram voltadas para a história, costumes e cultura local.

    Durante os primeiros anos de competição as tarefas relâmpagos eram as mais aguardadas, pois agitavam o evento e promoviam momentos de união e superação entre os participantes para conseguir cumprir tudo com excelência.

    A gincana cultural foi criada no primeiro ano de existência do "Palácio das Seringueiras", título dado pelo primeiro prefeito de Belterra, Oti Santos, ao prédio da Prefeitura.


COMO SURGIU

    A primeira competição de férias foi idealizada pela comunicadora belterrense Lígia Mônica Wanghon e pelo santareno André Cavalcante (equipe Os Simpsons/Santarém), e tinha o objetivo de atrair a juventude que estava de férias das atividades escolares, e também os visitantes para um momento de diversão.
   O evento aconteceu em 1995 na sede social do União Esporte Clube com as equipes UNIBEL (Torcida do União Esporte Clube) e BELT (Torcida do Atlético Belterra Clube). Com a aceitação do público, os grupos passaram a se reunir para discutir uma programação mais elaborada, buscando a criação de equipes fixas e com características próprias de gincana, com cores e mascotes definidos.

    Em janeiro de 1996, os grupos oficializaram a criação dos nomes, definidos meses antes, e a gincana aconteceu no mês de Fevereiro com as três equipes participantes: Hutererê, Ekipiraça e Os Piratas.

Troféu da Equipe Huterêrê - Campeã da I Gincana de Férias


 HUTERERÊ  - Alegria! Com um coringa como símbolo da diversão, distração e vitória, e nas cores verde e branca.

    No dia 03 de janeiro de 1996 surge a equipe "Huterêrê" sob a liderança de Giovana Paz Coelho, Emanuel Jorge Silva, Maria José da Silva Pereira, Raimundo dos Santos Pereira, João do Nascimento Rocha, Nelma Sousa, dentre outros, escolhendo VERDE e BRANCO como cores oficiais, com o Coringa como símbolo da equipe, e tendo como participantes e simpatizantes os moradores das vilas Mensalista, Chagas, Timbó e Viveiros.
    A equipe encerrou sua participação na gincana em 2002, e seus brincantes passaram a integrar as equipes Raça e Os Piratas.    


 EKIPIRAÇA  - Representando a força e a união de um povo, tendo como mascote um halterofilista, e nas cores azul e branca.

    No dia 05 de janeiro de 1996 surge a “EKIPIRAÇA” sob a liderança de Josefa Borges, Maria Madalena Farias, Maria de Lira Pedroso, Ronilson Torres, Lizandra Borges, Sérgio Corrêa, Rocilda Caetano, dentre outros como Ruth Bispo, Margarida Oliveira, Cleonice Mota, Cristiana Serrão, e com as cores AZUL e BRANCO e um atleta halterofilista como símbolo. Entretanto, o mascote da equipe está sendo redefinido e será apresentado em breve.
    Em 2005 o nome “EKIPIRAÇA” (criação de Lizandra e Ronilson) foi alterado para “EQUIPE RAÇA” e passou a ser denominada Associação Belterrense Cultural, Esportiva e Educativa Raça (ASBELCEER) com sede própria localizada na rua Felisberto Camargo nº 314, no centro de Belterra, e registrada no dia 24/03/2006 com CNPJ 07.911.557/0001-23.

 OS PIRATAS  - Grupo livre, fora de regras, aventureiro e ousado com o símbolo de uma caveira (perigo constante para a concorrência), e nas cores preta, vermelha e branca.
    No dia 08 de janeiro de 1996 surge a equipe "Os Piratas" sob a liderança de Dermey Santana, Ulisses Medeiros, Ricardo Alves, Richardson Santos, Laudenilson Sousa, dentre outros, com as cores PRETO, BRANCO e VERMELHO e uma caveira como seu símbolo. Após a criação das equipes Huterêrê e Raça, consideradas equipes da elite belterrense, os não convidados por esses grupos decidiram criar "Os Piratas" para confrontar com as duas equipes.
    No dia 25/11/2002 a equipe foi denominada Associação Cultural, Educativa e Desportiva dos Piratas (ACEDESPI), com sede própria localizada na Rua Santo Antonio S/Nº, no centro de Belterra, e registrada no dia 05/01/2003 com CNPJ Nº 05.486.449/0001-25.

SOBRE O EVENTO

    A Gincana Cultural de Belterra-Pará, é regida pela Lei Municipal Nº 101/03 de 01 de outubro de 2003 assinada pelo então Prefeito Oti Santos e seu Secretário de Administração Joel Cordeiro, e reconhece como Evento Oficial do calendário da cidade a partir desta data.

    Devido a questões orçamentárias da Prefeitura de Belterra, no ano 2000 não aconteceu a gincana, retornando no ano seguinte. Em 2004, houve outra paralisação, por conta da desistência da equipe Raça, sendo apenas apresentada uma noite cultural promovida pela equipe Os Piratas. No ano seguinte a disputa continuou e parou em 2012, retornando em 2013 e paralisando em 2014 por tempo indeterminado. Somente no ano 2009 a equipe Os Piratas não participou, sendo substituída pela "Equipe Relâmpago". 

 RELÂMPAGO - Sob liderança do diretor de arte Ieié de Oliveira a equipe das cores amarelo e preto foi criada para competir no ano de 2009 devido a ausência da equipe Os Piratas, mas com integrantes recrutados desse mesmo grupo.  Seu símbolo era um "raio", representando força e energia referenciando a descarga elétrica na atmosfera que vem seguida de trovão e relâmpago.

Equipe Relâmpago 2009 (Arquivo do blog)

    Em 2017 surgiu a possibilidade de retorno, mas sua realização teve que ser cancelada novamente por causa dos recursos financeiros insuficientes. E assim continuou até 2022, quando a pandemia, decretada em 20 de março de 2020, foi dada como estabilizada.

    No dia 21 de Outubro de 2022 foi assinado um Termo de Compromisso para resgatar a Gincana Cultural de Belterra-PA dando continuidade ao evento anual da cidade. Esse acordo foi assinado pelo Promotor de Justiça de Santarém Túlio Novaes, pela Secretária de Educação Dimaima Moura, pelo Coordenador de Cultura Leandro Fonseca, pelo presidente da Câmara Municipal de Belterra Jonas Palheta, e pelos representantes das equipes participantes Adeoclécio Matos (Os Piratas) e Mizael Santos (Equipe Raça).

    Nessa ocasião foi anunciada a Gincana Cultural Esportiva, sendo realizada no dia 15 de novembro do mesmo ano para dar início aos trabalhos de retorno da tradicional gincana no próximo ano. A competição entre as equipes teve diversas modalidades: vôlei feminino, revezamento 4x400, cabo de guerra, ciclismo e futebol. Dessa forma estava concretizada a volta das equipes para promover o maior evento da cidade de Belterra.

Medalha do Amistoso (Foto de Madu Melo - Facebook)

    Em 2023, o vereador Jonas Palheta encaminhou ao Gabinete do Prefeito uma solicitação para sancionar o Projeto de Lei, de sua autoria, que decreta de utilidade pública municipal nos termos da Lei Municipal nº 287, de 03 de junho 2019, a ACEDESPI (Associação Cultura Educativa e Desportiva os Piratas) e a ASBELCEER (Associação Belterrense Cultural Esportiva e Educativa Raça) como instituições de direito privado sem fins lucrativos, com a missão de "desenvolver, apoiar e estimular atividades sociais, educativas, cultural, recreativa esportivas e exercer qualquer atividade que contribua para o desenvolvimento artístico, histórico e para a preservação ambiental", sendo assim aprovada, pelo Prefeito Ulisses Medeiros, nos termos da Lei Nº 438 do dia 17 de abril de 2023. No mês de maio, o vereador requerente fez a entrega do Título de Utilidade Pública aos representantes legais das equipes Raça e Os Piratas como reconhecimento dos trabalhos realizados na sociedade belterrense.

Vereador Jonas Palheta (ao centro), Telma Galvão (Os Piratas) e Mizael Santos (Raça)
ASCOM/Prefeitura de Belterra

    Nesse mesmo ano, a Gincana Cultural retornou nos dias 15 e 16 de julho com muita expectativa de seus organizadores e das equipes participantes. O evento tradicional parou por nove anos consecutivos e gerou ansiedade nos simpatizantes locais e de outras cidades. Com o tema “Belterra a cidade americana no coração da Amazônia”, o objetivo principal é incentivar o resgaste histórico-cultural assim como priorizar os talentos artísticos da população belterrense.

ASCOM/Prefeitura de Belterra

    Em 2024, a XIX Gincana acontecerá nos dias 26 e 27 de julho, mas a programação iniciou durante o aniversário de 90 Anos de Belterra, no dia 04 de maio. Durante o evento foi divulgado o tema oficial “Belterra: 90 Anos de História” e apresentada a primeira tarefa sobre doação de sangue. Em parceria com o HEMOPA, a tarefa tem o objetivo de incentivar a doação e divulgar esse ato de amor e solidariedade com o próximo. A equipe que apresentar o maior número de doações até o dia 26 de julho será a vencedora da tarefa "Doe sangue, Doe vida".

         Participe da XIX GINCANA CULTURAL DE BELTERRA!        

26 e 27 de Julho de 2024 na Quadra de Eventos da Praça Brasil

“Belterra: 90 Anos de História” 



LINHA DO TEMPO DA GINCANA CULTURAL DE BELTERRA  

1995    Gincana de Férias – BELT X UNIBEL

1996 I Gincana de Férias – Huterêrê campeã, Ekipiraça 2º e Os Piratas 3º

1997 II Gincana Cultural – Ekipiraça campeã, Huterêrê 2º e Os Piratas 3º

1998 III Gincana Cultural – Huterêrê/Os Piratas campeãs, Ekipiraça 

1999 IV Gincana Cultural – Huterêrê campeã, Os Piratas 2º, Ekipiraça 

2000 Não houve

2001 V Gincana Cultural – Os Piratas campeã, Ekipiraça 2º, Huterêrê 3º

2002 VI Gincana Cultural – Os Piratas campeã, Ekipiraça 2º, Huterêrê 3º

2003 VII Gincana Cultural – Os Piratas campeã, Ekipiraça 2º

2004 Não houve

2005 VIII Gincana Cultural – Raça campeã, Os Piratas 2º

2006 IX Gincana Cultural – Raça campeã, Os Piratas 2º

2007 X Gincana Cultural – Os Piratas campeã, Raça 2º

2008 XI Gincana Cultural – Raça campeã, Os Piratas 2º

2009 XII Gincana Cultural – Raça campeã, Equipe Relâmpago 2º

2010 XIII Gincana Cultural – Os Piratas campeã, Raça 2º

2011 XIV Gincana Cultural – Os Piratas campeã, Raça 2º

2012 Não houve

2013 XV Gincana Cultural – Os Piratas campeã, Raça 2º

2014 XVI Gincana Cultural – Raça campeã, Os Piratas 2º

2015 Não houve

2016 Não houve

2017 Não houve

2018 Não houve

2019 Não houve

2020 Não houve – Pandemia decretada

2021 Não houve – Pandemia decretada

2022 XVII Gincana Cultural Esportiva – Amistoso com Os Piratas e Raça

2023 XVIII Gincana Cultural –  Os Piratas campeã, Raça 2º
         
Tema: Cidade americana no coração da Amazônia

2024 XIX Gincana Cultural de Belterra

         Tema: Belterra: 90 anos de história


tOS PIRATAS - 09 títulos t  

    
tRAÇA - 06 títulos t    


tHUTERÊRÊ - 03 títulos t


t RELÂMPAGO - sem título t


Histórico elaborado por: Míriam Sousa – Belterra/Pará

Fontes de Pesquisa:

  • Site da Prefeitura de Belterra;
  • Livro "Belterra, a sua história", de Oti Santos;
  • Relatório de Títulos da ACEDESPI;
  • Integrantes da ASBELCEER
  • Conversa informal com integrantes das três equipes que relataram suas lembranças e informações relevantes. Agradecimentos especiais a: Adélia Matos, Aline Coelho, Edilena Marina, Giovana Coelho, Lívia Chagas, Maria José (Zeza), Mizael Santos, Nelma Sousa e Risete Cláudia.


terça-feira, 14 de maio de 2024

Mapa de Belterra com pontos de referência

    

Mapa de Belterra - Pontos de Referência - Ano 2024

    Belterra é uma cidade histórica do estado do Pará com grande potencial turístico. Localiza-se no norte brasileiro, a uma latitude 02º 38' 11'' sul e longitude 54º 56' 14'' oeste.

    A cidade recebe turistas do mundo inteiro e isso influencia na economia local gerando emprego e renda em diversos setores.

    Para contribuir com a disseminação do turismo elaboramos um mapa com pontos de referência dos locais mais visitados: Centro Histórico, Praias e Floresta Nacional do Tapajós.

    O mapa é para apreciação turística e não contém informações de criação profissional. Consiste, apenas, na orientação e apoio para localização de forma ilustrativa.

Destaque do Mapa - Centro Histórico de Belterra


DADOS DO IBGE

População no último censo (2022): 18.099 habitantes

Densidade Demográfica (2022): 4,11 habitante por quilômetro quadrado 

Área da unidade territorial : 4.398,418 km²

PIB per capita (2021): 13.218,69 R$

Àrea Urbanizada (2019): 17,53 km²

Microregião (2021): Santarem

Mesoregião (2021): Baixo Amazonas 

Gentílico: Belterrense








Mapa elaborado por Míriam Sousa.

Referência: Site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Centro de Memória de Belterra - 14 anos preservando a história da cidade

   


    No dia 01 de Maio de 2024, o Centro de Memória de Belterra completou 14 anos de fundação. O espaço guarda um rico acervo e é um importante centro de pesquisa dedicado a preservação da história da cidade.

    A Prefeitura de Belterra é responsável por direcionar o coordenador para o centro. Durante anos foram vários orientadores que tomaram a frente do local. Em agosto de 2019, o pedagogo Antonio Evandro Mota de Castro foi escalado para continuar as atividades de pesquisa e recepção turística. Sua dedicação ao trabalho foi reconhecida e ele permanece no cargo até o momento. Devido seu interesse pela história de Belterra e a determinação em expor o contexto real da fundação da vila e toda sua história, em maio de 2023 Antonio Castro lançou o livro "Belterra - a história bem contada", por ocasião do aniversário da cidade.

Antonio Castro - Orientador Histórico do Centro de Memória


    Em 2011, quando o Jornal impresso A Corrente ainda estava em circulação na cidade de Belterra, foi publicada a matéria intitulada "Centro de Memória de Belterra completa seu primeiro ano de funcionamento". A coordenadora Mônica de Almeida cedeu uma entrevista a colunista do jornal para explicar sobre as atividades desenvolvidas e todo funcionamento do local e sua importância para a sociedade belterrense. 

    Abaixo a matéria completa da colunista Míriam Sousa publicada na edição do dia 07 de Maio de 2011 do Jornal A Corrente, Belterra - Pará: 

 Centro de Memória de Belterra completa seu primeiro ano de funcionamento

Centro de Memória de Belterra (Foto Paulo Lima)

    O Centro de Memória de Belterra iniciou suas atividades no dia 01 de Maio de 2010. O projeto de resgate da história tem a missão de incentivar e divulgar pesquisas sobre o município através dos acervos disponibilizados para todos que se interessam pelos acontecimentos históricos de Belterra e também de Fordlândia. O espaço foi criado para pesquisas, recuperação de acervos históricos e para realizações de exposições, palestras e oficinas que promovam o conhecimento da história da cidade.

    Há alguns anos quando o Instituto Butantan procurava um lugar na Amazônia para a implantação de uma filial, Belterra chamou atenção pelas riquezas naturais e pela história de sua fundação. Em virtude de não haver um local apropriado para o estudo histórico, a antiga casa dos médicos do Hospital Henry Ford foi escolhida para ser a sede do Centro de Memória. Todo esse investimento foi feito numa parceria entre Instituto Butantan, a Oscip AmaBrasil, e a Prefeitura de Belterra. Todos os funcionários são da Prefeitura de Belterra e estão cedidos para o Projeto Butantan Amazônia Muiraquitan Brasil, sendo coordenado por Monica de Almeida, Osenildo Maranhão como arquivista e agente de atendimento, e Marcela Lobato como auxiliar nos serviços gerais.

Mônica e Osenildo (Foto Frederico Tovoli)

    Segundo Mônica de Almeida, todo o trabalho feito no Centro tem como objetivo “recolher, catalogar, preservar e disponibilizar acervos históricos adquiridos para consulta pública total e irrestrita, bem como contatar instituições afins e localizar acervos de interesse”.

Mônica e Osenildo (Foto Frederico Tovoli)

A CORRENTE - Como surgiu o interesse de criar um espaço reservado para o acervo histórico de Belterra?

MÔNICA DE ALMEIDA - O Centro de Memória de Belterra iniciou suas atividades com o recolhimento de documentos textuais do Hospital Henry Ford que estavam guardados na Unidade Mista de Saúde de Belterra, de objetos que estavam nas dependências do antigo hospital, além de outros recolhidos em edificações abandonadas.

Antes da criação do Centro de Memória a documentação era consultada em diferentes locais: Secretarias da Cultura, Turismo, Saúde, SEMINF e nas casas dos próprios moradores de Belterra. Estes locais não ofereciam condições para consulta ou guarda apropriada do acervo. A parceria com o Instituto Butantan e AmaBrasil resultou na restauração do prédio da antiga Casa dos Médicos no Bosque das Seringueiras e a busca do acervo disponível com os moradores e instituições de pesquisa.

A/C - Qual tipo de acervo disponível para consulta?

M/A - O Centro de Memória está construindo aos poucos o acervo da história de Belterra. Hoje já dispomos de objetos tridimensionais, jornais e recortes, revistas, fotografias, vídeos, publicações específicas sobre a cidade, além de uma pequena biblioteca de livros raros do Antigo Hospital.

A/C- Quais os equipamentos e os procedimentos adotados para restaurar os documentos antigos?

M/A - Ainda não estamos trabalhando com a restauração de documentos e sim com a limpeza e guarda adequada da documentação adquirida. Técnicos da área de história do Instituto Butantan realizaram capacitações com a equipe do Centro de Memória sobre os procedimentos necessários para a preservação do acervo.

A/C- O que os visitantes mais procuram?

M/A- A maioria dos visitantes são estudantes da rede pública e pesquisam principalmente os períodos da história de Belterra e fotografias antigas.

Os turistas também costumam visitar o Centro de Memória para conhecer em resumo a história da cidade.

A/C - Há alguma possibilidade de adquirir cópias de fotos e documentos do acervo?

M/A - A maior parte dos documentos sob nossa guarda encontra-se aberto à consulta, no entanto não é permitido o empréstimo. Alguns documentos podem ser reproduzidos mediante a assinatura por parte do consulente do Termo de Uso de Acervo, através do qual o pesquisador se compromete a citar o Centro de Memória de Belterra como referência a fontes que forem copiadas.

A/C - Como a população belterrense pode contribuir com o Centro de Memória?

M/A - A população pode contribuir com a doação de fotografias antigas, objetos e até mesmo o depoimento de antigos funcionários da Companhia Ford, do Ministério da Agricultura e dos ativistas do processo de emancipação da cidade. Informamos que caso o morador não queira entregar as originais, podemos fazer uma cópia para o Centro de Memória.

A/C - O objetivo do CMB é somente reunir documentos, objetos e obras para pesquisa ou existem projetos externos?

M/A - O Centro de Memória de Belterra visa tornar-se além de um local de pesquisa, um espaço de debate, reflexão e de incentivo à prática cidadã na área de preservação da história do município. Dessa forma, realizará projetos, exposições, palestras e oficinas em escolas, para professores, grupos da maior idade, entre outros, com o objetivo de difundir o seu acervo e atingir a comunidade belterrense. Nosso plano é também publicar livros, cartilhas e produzir material audiovisual da história da cidade.

A/C - Para entender a história de Belterra é necessário conhecer a história de Fordlândia. Existem registros históricos sobre Fordlândia disponíveis para consulta?

M/A - Sim, temos documentos de lá também. Não é possível pesquisar a história de Belterra sem relacionar com o Projeto de Fordlândia e até mesmo a história da borracha no Brasil.


VISITE O CENTRO DE MEMÓRIA

ENDEREÇO:

Vila Americana nº 108

Bosque das Seringueiras

Bairro Centro

CEP: 68143-000

Belterra - Pará.


Texto e pesquisa: Míriam Sousa - Belterra/Pará

terça-feira, 30 de abril de 2024

Programação do Aniversário de Belterra - 90 Anos


CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA
Quadra de Eventos da Praça Brasil

 DIA 01 DE MAIO 
»»» Abertura Oficial com a Missa em ação de graças em alusão aos 90 anos de Belterra »»» Igreja Matriz Santo Antônio de Pádua - 07h30min.
»»» Café da manhã - 8h30min.
»»» Abertura da 3ª Feira da Produção Artesanal de Belterra - 09h.
»»» Apresentação da Banda do Exército - 09h.
»»» Amistoso entre as Secretarias da Prefeitura - 18h.
»»» Projeto Cantando na Praça - 20h.
        » Grupo 3+1
        » Augusto Lira
        » Max Lobão e Maestro Decinho

 DIA 02 DE MAIO 
»»» 3ª Feira da Produção Artesanal do Município - 08h às 21h.
»»» Entrega dos kits do Programa de Aquisição de Alimentos PAA - 9h
»»» Inauguração da Emergência do Hospital Municipal de Belterra - 10h.
»»» Apresentações das Igrejas Evangélicas - 19h.
»»» Show Gospel com Fabiano Barcellos - 22h.
 DIA 03 DE MAIO 
»»» 3ª Feira da Produção Artesanal de Belterra - 08h às 21h.
»»» Serviço Itinerante de Saúde - 08h.
»»» Concurso de Paródias e Poesias na Escola Profª. Vitalina Mota - 13h.
»»» Assinatura da Ordem de Serviço da Quadra de Esportes do Bairro São José, Estrada 8  17h. 

APRESENTAÇÕES CULTURAIS:
»»» Projeto Vida Ativa - 19h.
»»» Centro de Convivência do Idoso de Belterra CCIB
»»» Centro de Referência de Assistência Social CRAS
»»» Centro de Artes Josefa Borges
»»» Grupos de Carimbó: Cheiro do Pará e Origem Cabocla - 21h.

ATRAÇÕES MUSICAIS:
»»» Banda Tapajoara - 22h.
»»» Gilvandro Costa - 00h.

 DIA 04 DE MAIO 
»»» Amistoso Sub15 dos Projetos Bom de Bola, Bom na Escola x Gol de Placa - Estádio Dedecão 08h.
»»» Amistoso Master Belterra x Conceição E.C. Aveiros - Estádio Dedecão 09h30min.
»»» Mateada - 10h.
»»» Encerramento da 3ª Feira da Produção Artesanal de Belterra
»»» Amazônia Independente x São Francisco - Estádio Dedecão 16h.
»»» Carreata de abertura do Maio Amarelo - 16h30min.
»»» Amistoso Belterra (INFABEL) X Fordlândia (AMAFORD) - Estádio Dedecão - 17h30min.

APRESENTAÇÕES CULTURAIS:
»»» Banda da PM - 19h30min.
»»» Corte e distribuição do Bolo de 90 Anos de Belterra - 20h.
»»» Apresentação das Equipes Raça e Os Piratas - 21h.
»»» Lançamento do Tema da Gincana Cultural de Belterra 2024 - 21h30min.

ATRAÇÕES MUSICAIS:
»»» Banda Rithmus - 22h.
»»» Banda Xiado da Xinela - 00h.

 DIA 05 DE MAIO 
»»» Trilhão de Motos de Belterra - 09h.

* Programação disponível ASCOM/Prefeitura de Belterra.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Histórico da Emancipação de Belterra-Pará


Histórico da Emancipação de Belterra: A ideia – As pessoas – O trabalho – A evolução – O desfecho

Em 1980, no século que passou, Belterra era ainda um órgão vinculado à Delegacia Estadual do Ministério da Agricultura – DEMA – Pará, administração direta do Governo Federal. A delegacia com sede em Belém, tinha seu diretor nomeado através de Ato da Presidência da República.

Naquela época, o governo militar nomeou para delegado o Engenheiro Agrônomo Walmir Hugo dos Santos, um dos mais sensatos administradores que Belterra conheceu, e quem muito trabalhou para resgatar o patrimônio histórico deixado pela Companhia Ford Industrial do Brasil, um projeto gigante para produzir borracha e que se encontrava entregue à indiferença e ao abandono.

Dr. Walmir, apoiado pelo Coronel J. Passarinho, trouxe para Belterra a energia da Hidrelétrica de Curuá-Una, resgatou logradouros, escreveu livro sobre nossa história e foi ele que em seus relatórios encaminhados ao Ministério da Agricultura, sugeria a emancipação como melhor destino para Belterra e Fordlândia. Na teoria, portanto, credita-se, a bem da verdade, ao Dr. Walmir a ideia primeira da nossa emancipação.

O lado prático da questão em lutarmos para tornar Belterra em município surgiu em um encontro casual entre o Dr. Virgílio Viana, Engenheiro Florestal que pertenceu ao quadro da EMBRAPA, sua esposa Lilian e o ex-administrador de Belterra, na década de 70, funcionário público Chardival Pantoja, que em 1985 retornava de Rondônia para exercer novamente em Belterra suas atividades funcionais.

Nesse encontro, Dr. Virgílio expôs a ideia de juntarmos as pessoas que exerciam lideranças ou tivessem prosições de destaque na sociedade, para reunirmos, discutirmos e descobrir meios de melhor destinação à vila de Belterra. Isso foi feito, e na primeira reunião que aconteceu no Ginásio Santo Antônio, estavam presentes: Dr. Virgílio Viana, Dra. Lilian, Chardival Pantoja, Sr. João Rocha, Sr. Gualberto (Dandão – falecido), Sr. Jorge Chagas, Sr. José Carlos (empresário, Sr. Diogo Franco, professoras Maria Lira, Creusa Reis, Conceição Melo, Sr. Domingos dos Anjos (tabelião), Irmã Maria Inês.

Entre as diversas opções apresentadas e apreciadas pelo grupo obteve consenso a ideia de emancipação. E então o grupo foi dividido em dois segmentos: um para estudar a viabilidade jurídica e outro para proceder a divulgação da ideia e articulação política. Neste caso, ficou acertado que o grupo de divulgação constaria dos seguintes nomes: Dr. Virgílio Viana, Lilian, Diogo, Chardival, Jorge Chagas, José Carlos, João Gualberto. Na oportunidade criou-se o Jornal “O Momento”, com a finalidade precípua de comunicação sobre nosso movimento de independência.

Também ficou determinado que o Sr. Domingos dos Anjos seria o articulador político do movimento, por ter ele um bom relacionamento com o então Deputado Estadual Oti Silva Santos, a quem caberia orientar os procedimentos e apresentar na Assembleia do Estado o processo pleiteando a vontade popular de Belterra.

Prevendo as possíveis mudanças que viriam, os seringueiros arrendatários iniciaram também um movimento através da Cooperativa Mista dos Seringueiros do Tapajós Ltda. – COMSETAL, tentando junto ao Ministério da Agricultura o reconhecimento dos Direitos Trabalhistas a que julgavam ser justo. Este movimento levou à Brasília os senhores: Fernando Alves da Silva, então presidente da COMSETAL, Raimundo Alves (relojoeiro), Arivaldo Queirós, presidente do Conselho Comunitário de Belterra, e Chardival Pantoja, do jornal “O Momento”. As passagens aéreas para Brasília foram cedidas pelos empresários Francisco Coimbra, Floriano Pastore, e o deputado Paulo Roberto Matos. O apoio logístico em Brasília coube ao Dr. Avi Pz Sarmento, Engenheiro Agrônomo, belterrense, radicado na capital federal. Esta equipe a qual se juntaram o Deputado Paulo Roberto e o empresário Floriano Pastore, passou três dias em Brasília (31/08, 01 e 02/09 de 1987) discutindo além das questões do seringueiros, também outras questões com o Ministro interino da Agricultura Senador Lázaro Barbosa, o qual após nos ouvir e sentir nossas preocupações declarou-nos ser de interesse do Ministério emancipar as Bases Fiscais de M.A. de Belterra e Fordlândia. Orientou-nos o Ministro para que apresentássemos nossas reivindicações acompanhadas do apoio de um representante da Câmara Municipal de Santarém e um Deputado de Assembleia Estadual, sugestão que nos ocorreu lembrar do vereador Renato Sussuarana e o dep. Oti Santos, respectivamente. Aliás, o deputado Oti já havia sido integrado ao movimento emancipatório quando iniciamos as reuniões de definição do caso.

O Presidente do Conselho Comunitário de Belterra, Arivaldo Queirós, omitiu-se, não tomou nenhuma iniciativa a respeito do caso tratado em Brasília e o movimento patinou durante o ano de 1988.

Mesmo assim, alguns colegas do grupo insistiram na articulação política, pois a essa altura já tínhamos a consciência de que este seria o único caminho viável às nossas pretensões.

Em 1989, o Deputado Oti Santos, através do Projeto de Lei Nº 106/89, apresentou o processo que objetivava a emancipação e Belterra, mas por se achar em final de mandato e não ter sido reeleito, o processo sofreu arquivamento, após ter percorrido várias instâncias legais.

Nesse intervalo de três anos do arquivamento do processo, diversas pessoas ligadas ao movimento foram para outras cidades, o grupo se desintegrou, o Jornal saiu e circulação e parecia estarmos fadados a amargar uma grande derrota. Mas a disposição do Deputado Wandenkolk foi marcante e incentivou-nos a formar um novo grupo, que foi denominado Comitê Pró-Emancipação de Belterra, o qual teve como Presidente o Sr. Chardival Pantoja, e que recebeu o grande apoio do Deputado Wilmar Freire. O Comitê, além das articulações junto aos políticos da área, também se encarregou de divulgar diretamente, em todas as comunidades envolvidas, a importância da emancipação e os benefícios que iríamos obter ao gerirmos nossos destinos. As reuniões eram constantes e o Comitê ainda tornou a iniciativa de fazer uma completa divulgação do movimento através da imprensa falada, escrita e televisionada de Santarém, onde as entrevistas foram marcantes. Wilmar Freirte merece um lugar de honra no quadro dos que se dedicaram e lutaram em favor da nossa causa, impedindo a obstrução o andamento do processo feito por alguns deputados da época como o Sr. Benedito Guimarães e Geraldo Pastana. No início dos anos 90, o prefeito Ruy Corrêa ensaiou um projeto ao Ministério da Agricultura, que previa um recurso de 12 milhões de dólares, condições exigidas para atrelar Belterra ao Município de Santarém. A imprensa propagou a notícia e voltou a inquietar os brios dos belterrenses.

Criarmos um abaixo-assinado com assinaturas de 165 eleitores e, em Belém, contarmos com a amizade do Dr. Henrique Pimentel, o que articulou com o Deputado Wandenkolk Gonçalves para que o processo de emancipação que havia sido arquivado fosse desentranhado e autorizado a prosseguir nos caminhos cabíveis. O desarquivamento do processo foi apresentado ao Deputado Wandenkolk no dia 14/10/1991.

Após nossas investidas através da mídia em Santarém, o prefeito Ruy Corrêa marcou para um domingo, na sede do União, uma reunião entre ele, seus secretários e assessores e a comunidade de Belterra liderada pelo COMITÊ DE EMANCIPAÇÃO.

A reação do povo belterrense foi espetacular, motivadora e convincente. Parece que o prefeito desistiu do seu sonho, pois logo após, o Diário do Estado do Pará publicou no caderno 3, página 4, de uma segunda-feira, 26 de junho de 1995, a RESOLUÇÃO Nº 1.523, DO Tribunal Regional Eleitoral, a realização do plebiscito na área de Belterra para elevação à categoria de município, que aconteceu no dia 06/08/1995.

Plebiscito - arquivo do blog


Por gratidão inscrevemos os nomes dos que merecem registro em nossa história: Deputado Nicias Ribeiro, incansável no sentido de convencer o governador Almir Gabriel que a emancipação seria a melhor decisão a tomar, pois vinha ao encontro do sonho e do clamor da nossa gente e de sua autodeterminação. Ele fez questão de acompanhar a Juíza responsável pela realização do plebiscito; Dra. Edith Pantoja, a quem se deve a lisura do escrutínio e a histórica aclamação do resultado: “BELTERRA É O MAIS NOVO MUNICÍPIO DO ESTADO DO PARÁ DECIDIDO PELA VONTADE DO SEU POVO".

O governador do estado, Dr. Almir Gabriel, aos vinte e oito dias de dezembro de 1995, sancionou a Lei Nº 5.928, presenteando o povo belterrense com a elevação da Vila das Seringueiras à categoria de Cidade, e deixou para a História mais uma vitória da perseverança.


FORMAÇÃO DO COMITÊ PRÓ-EMANCIPAÇÃO DE BELTERRA

1. Chardival Moura Pantoja

2. João Moura Pantoja

3. Domingos dos Anjos

4. João Rocha

5. Pedro Emiliano

6. Edinaldo Nogueira (Est. 8)

7. Professora Graça Maia (Est. 8)

8. Gerson Oliveira (Vila 129)

9. Raimundo Almeida (Vila 129)

10. Francisca Evone (Est. 10)

11. Francisco Solano (Pindobal)

12. Prof. Creusa Reis

13. Prof. Carmem Graça

14. Prof. Ruth Moreira

15. Osmar Pimentel

16. Prof. Josefa Borges

17. Prof. Maria de Lira

18. Frei Fabiano (Pároco de Belterra – Ig. Católica)

19. Raimundo Nonato da Silva (Chefe do Sist. de Água)


Histórico elaborado por: Chardival Moura Pantoja e João do Nascimento Rocha.

Texto publicado no Blog do Patrocínio em 28 de Dezembro de 2018.


Através da Lei Municipal Nº 246 de 06 de Dezembro de 2017, o dia 28 de Dezembro foi definido como FERIADO MUNICIPAL, data que celebra sua emancipação.

Delegacia de Polícia Civil - Belterra/PA

No início dos anos 30, quando a vila de Belterra foi estruturada pelos americanos, a Companhia Ford também construiu uma delegacia na comunidade de Porto Novo, primeiro local de acampamento. Como eram muitos trabalhadores nas plantações e devido a revolta de "quebra panelas" em Fordlândia, ter uma sede de segurança pública era de grande importância.

Primeira delegacia de Belterra - Porto Novo (arquivo do blog)

Após a cidade americana ser toda estruturada na planície elevada, com casas, escolas, hospital e alojamentos, também foi construída em madeira nova delegacia, localizada na Estrada 1, no centro comercial.



Imagens do arquivo do blog

No início dos anos 90, a Delegacia de Polícia possuía um Chevrolet Chevette. Esse era o modelo utilizado como viatura em vários lugares do país. Abaixo está a foto do carro na época, estacionado em frente a delegacia.



Atualmente, a Delegacia de Polícia Civil de Belterra é construída em alvenaria, com estrutura padrão do Estado do Pará, no mesmo local da antiga construção de madeira.



EndereçoEstrada Um, Nº 1051, Belterra - PA, 68143-000.

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