No dia 01 de Maio de 2024, o Centro de Memória de Belterra completou 14 anos de fundação. O espaço guarda um rico acervo e é um importante centro de pesquisa dedicado a preservação da história da cidade.
A Prefeitura de Belterra é responsável por direcionar o coordenador para o centro. Durante anos foram vários orientadores que tomaram a frente do local. Em agosto de 2019, o pedagogo Antonio Evandro Mota de Castro foi escalado para continuar as atividades de pesquisa e recepção turística. Sua dedicação ao trabalho foi reconhecida e ele permanece no cargo até o momento. Devido seu interesse pela história de Belterra e a determinação em expor o contexto real da fundação da vila e toda sua história, em maio de 2023 Antonio Castro lançou o livro "Belterra - a história bem contada", por ocasião do aniversário da cidade.
Centro de Memória de Belterra completa seu primeiro ano de funcionamento
O Centro de Memória de Belterra iniciou suas atividades no dia 01 de Maio de 2010. O projeto de resgate da história tem a missão de incentivar e divulgar pesquisas sobre o município através dos acervos disponibilizados para todos que se interessam pelos acontecimentos históricos de Belterra e também de Fordlândia. O espaço foi criado para pesquisas, recuperação de acervos históricos e para realizações de exposições, palestras e oficinas que promovam o conhecimento da história da cidade.
Há alguns anos quando o Instituto Butantan procurava um lugar na Amazônia para a implantação de uma filial, Belterra chamou atenção pelas riquezas naturais e pela história de sua fundação. Em virtude de não haver um local apropriado para o estudo histórico, a antiga casa dos médicos do Hospital Henry Ford foi escolhida para ser a sede do Centro de Memória. Todo esse investimento foi feito numa parceria entre Instituto Butantan, a Oscip AmaBrasil, e a Prefeitura de Belterra. Todos os funcionários são da Prefeitura de Belterra e estão cedidos para o Projeto Butantan Amazônia Muiraquitan Brasil, sendo coordenado por Monica de Almeida, Osenildo Maranhão como arquivista e agente de atendimento, e Marcela Lobato como auxiliar nos serviços gerais.
Segundo Mônica de Almeida, todo o trabalho feito no Centro tem como objetivo “recolher, catalogar, preservar e disponibilizar acervos históricos adquiridos para consulta pública total e irrestrita, bem como contatar instituições afins e localizar acervos de interesse”.
A CORRENTE - Como surgiu o interesse de criar um espaço reservado para o acervo histórico de Belterra?
MÔNICA DE ALMEIDA - O Centro de Memória de Belterra iniciou suas atividades com o recolhimento de documentos textuais do Hospital Henry Ford que estavam guardados na Unidade Mista de Saúde de Belterra, de objetos que estavam nas dependências do antigo hospital, além de outros recolhidos em edificações abandonadas.
Antes da criação do Centro de Memória a documentação era consultada em diferentes locais: Secretarias da Cultura, Turismo, Saúde, SEMINF e nas casas dos próprios moradores de Belterra. Estes locais não ofereciam condições para consulta ou guarda apropriada do acervo. A parceria com o Instituto Butantan e AmaBrasil resultou na restauração do prédio da antiga Casa dos Médicos no Bosque das Seringueiras e a busca do acervo disponível com os moradores e instituições de pesquisa.
A/C - Qual tipo de acervo disponível para consulta?
M/A - O Centro de Memória está construindo aos poucos o acervo da história de Belterra. Hoje já dispomos de objetos tridimensionais, jornais e recortes, revistas, fotografias, vídeos, publicações específicas sobre a cidade, além de uma pequena biblioteca de livros raros do Antigo Hospital.
A/C- Quais os equipamentos e os procedimentos adotados para restaurar os documentos antigos?
M/A - Ainda não estamos trabalhando com a restauração de documentos e sim com a limpeza e guarda adequada da documentação adquirida. Técnicos da área de história do Instituto Butantan realizaram capacitações com a equipe do Centro de Memória sobre os procedimentos necessários para a preservação do acervo.
A/C- O que os visitantes mais procuram?
M/A- A maioria dos visitantes são estudantes da rede pública e pesquisam principalmente os períodos da história de Belterra e fotografias antigas.
Os turistas também costumam visitar o Centro de Memória para conhecer em resumo a história da cidade.
A/C - Há alguma possibilidade de adquirir cópias de fotos e documentos do acervo?
M/A - A maior parte dos documentos sob nossa guarda encontra-se aberto à consulta, no entanto não é permitido o empréstimo. Alguns documentos podem ser reproduzidos mediante a assinatura por parte do consulente do Termo de Uso de Acervo, através do qual o pesquisador se compromete a citar o Centro de Memória de Belterra como referência a fontes que forem copiadas.
A/C - Como a população belterrense pode contribuir com o Centro de Memória?
M/A - A população pode contribuir com a doação de fotografias antigas, objetos e até mesmo o depoimento de antigos funcionários da Companhia Ford, do Ministério da Agricultura e dos ativistas do processo de emancipação da cidade. Informamos que caso o morador não queira entregar as originais, podemos fazer uma cópia para o Centro de Memória.
A/C - O objetivo do CMB é somente reunir documentos, objetos e obras para pesquisa ou existem projetos externos?
M/A - O Centro de Memória de Belterra visa tornar-se além de um local de pesquisa, um espaço de debate, reflexão e de incentivo à prática cidadã na área de preservação da história do município. Dessa forma, realizará projetos, exposições, palestras e oficinas em escolas, para professores, grupos da maior idade, entre outros, com o objetivo de difundir o seu acervo e atingir a comunidade belterrense. Nosso plano é também publicar livros, cartilhas e produzir material audiovisual da história da cidade.
A/C - Para entender a história de Belterra é necessário conhecer a história de Fordlândia. Existem registros históricos sobre Fordlândia disponíveis para consulta?
M/A - Sim, temos documentos de lá também. Não é possível pesquisar a história de Belterra sem relacionar com o Projeto de Fordlândia e até mesmo a história da borracha no Brasil.
VISITE O CENTRO DE MEMÓRIA
ENDEREÇO:
Vila Americana nº 108
Bosque das Seringueiras
Bairro Centro
CEP: 68143-000
Belterra - Pará.
Texto e pesquisa: Míriam Sousa - Belterra/Pará
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