sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Bandeira Científica realiza Expedição 2011 em Belterra


O Bandeira Científica é um projeto acadêmico de extensão da Universidade de São Paulo (USP) que realiza atendimentos médicos em vários lugares do país. O projeto, criado em 1957 por alunos da Faculdade de Medicina, visa garantir o desenvolvimento de saúde em regiões que não possuem serviços médicos especializados. Atualmente alunos de sete unidades da USP são responsáveis por sua organização: Faculdade de Medicina (FM), Faculdade de Saúde Pública (FS), Instituto de Psicologia (IP), Faculdade de Odontologia (FO), Escola de Comunicações e Artes (ECA), Escola Politécnica (POLI) e Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ).

Aproximadamente 200 voluntários chegaram no dia 13 desse mês e iniciaram as atividades no dia seguinte. Até o dia 23 de dezembro irão desenvolver atendimentos de acordo com a área de formação, mantendo também a interdisciplinaridade. Dentre as especialidades estão: odontologia, psicologia, fisioterapia e fonoaudiologia. além disso, estudantes da ESALQ estão construindo uma horta de plantas medicinais, com ajuda da população local.

Acompanhe as atividades pelo Diário de Bordo da Bandeira Científica.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Programação do Dia do Encontro Belterrense

 Local do Evento
No dia 17 de Dezembro haverá o Encontro Belterrense na Vila Americana, em frente a Casa 1, na área do campo de futebol.
Onde quer que você esteja, venha respirar nosso ar, pisar em nosso chão, abraçar a família, rever velhos amigos e fazer novos amigos.
VENHA PARA BELTERRA nesse primeiro DIA DO ENCONTRO BELTERRENSE!!!

PROGRAMAÇÃO
7:00 hrs - Santa missa
9:30 hrs - Hino de Belterra e Passeio ciclístico
10:45 hrs - Lanche
11:30 - Futebol Master de ouro
12:00 hrs - Feijoada

13:00 hrs - Lançamento do CD da cantora belterrrense Suane Soledade.
• Som da terra/voz e violão
• As nossas palavras
13:30 hrs - Jogos de dominó/Baralho
15:00 hrs - Vôleibol feminino
16:30 hrs - Futebol Amigos da Bola

Haverá venda de artesanatos; Lembranças de Belterra; Camisas comemorativas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dia do Encontro Belterrense


Em dezembro haverá “o dia do encontro belterrense” que tem como objetivo proporcionar momentos de integração e entretenimento aos belterrenses, que pelas circunstâncias da vida tiveram que ir morar em outras cidades, assim como um ambiente para rever os amigos e conhecer novos amigos, através do lazer, esporte e cultura. Será uma grande confraternização e todos estão convidados para essa festa.

A ideia é que este dia, um sábado antes do Natal, seja fixado como um evento tradicional.

A programação completa será publicada em breve.

sábado, 15 de outubro de 2011

Aniversário de Fordlândia

A fundação de Fordlândia está relacionada com o momento da ocupação americana às margens do rio Tapajós.


Em Junho de 1927, Henry Ford delegou procurações a dois funcionários para negociarem a concessão de terras com o Governador do Estado do Pará, e no dia 21 de Julho foi cedida à Companhia Ford Industrial do Brasil (CFIB) uma propriedade de aproximadamente 2.500.000 acres. Em 28 de agosto de 1928 consolidou-se a negociação através de um ato final.


As informações sobre a data de fundação se contradizem nos registros referente a história das Plantações Ford. Segundo o livro "Belterra, a sua História", de Oti Santos, no dia 28 de Julho de 1928 a "vila de Fordlândia, com toda sua bela estrutura urbana e sediando a CFIB no vale do Tapajós foi dada como inaugurada, no local antes denominado Boa Vista". No periódico "Fordlandia and Belterra: Rubber Plantations on the Tapajos River" publicado em 1942, o pesquisador Joseph Russell descreve várias datas sobre a posse das terras pelos homens da Ford. Por fim, no livro "Fordlândia", Greg Grandin fala sobre um momento em que o "legislativo paraense ratifica a concessão de Ford no Tapajós" em Outubro de 1927.



Para divulgar a cultura tapajônica e a história de Henry Ford na Amazônia, um grupo de professores da Escola Princesa Isabel criaram, na década de 70, a Festa Folclórica "Balão Vermelho" com concursos de danças e quadrilhas, completando a programação do aniversário de Fordlândia, comemorado no dia 28 de Outubro. O evento é realizado todo ano e ficou reconhecido regionalmente, aumentando o turismo local e atraindo visitantes do mundo inteiro.










Agradecimento: Cristovam Sena
                           Instituto Cultural Boanerges Sena
*Imagens encontradas na internet

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Fordlândia, o Filme


As filmagens para "Fordlândia, o filme" está prevista para iniciar em 2012.

O filme é "um romance dramático dividido entre Joanna uma brasileira que aprendeu a reivindicar seus direitos como operária e Mitchell um americano expatriado  que foi contra o americanismo de Ford em nome de um grande amor."

Saiba mais no site http://www.fordlandia.com.br/

sábado, 10 de setembro de 2011

Pesquisa Histórica

Registros históricos de Belterra são encontrados aos poucos, muitos foram perdidos e outros continuam sem identificação. É o caso da imagem abaixo que ainda não foi identificada.

Caso algum leitor ou visitante reconheça esse prédio histórico, pedimos que deixe comentário.

Foto Pedro Alves

*Foto do acervo do Centro de Memória de Belterra.
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Segundo Mirasselva Sousa, pesquisadora da história de Belterra, esta foto é do antigo Hospital Henry Ford. Podemos comparar a foto em questão com outra foto tirada do mesmo ângulo antes do hospital ser incendiado.

Foto Paulo Ivan
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Segundo Neusa Chagas, moradora de Belterra, a foto é da extinta Casa 4, localizada na vila americana ao lado da atual Biblioteca Chardival Pantoja, que desabou depois de alguns anos e possuía uma lavanderia.

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Segundo Odaléa Cruz, nascida em Fordlândia e que morou em Belterra, a foto é do Hospital Henry Ford. De acordo com ela, as salas ao lado da varanda tinham várias camas onde funcionava a pediatria, e as crianças brincavam nessa area de tela.

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Segundo Virginia Paiva, belterrense radicada em Manaus e filha do primeiro administrador brasileiro de Belterra, a foto é do Hospital Henry Ford.

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Após a conclusão da pesquisa as opiniões serão retiradas.

domingo, 14 de agosto de 2011

Belterra em rede nacional

No dia 12 de agosto de 2011 foi exibida, no Globo Repórter, a reportagem sobre o Ciclo da Borracha na Amazônia.

Belterra foi destaque e sua história relatada pelo Sr. Francisco Bezerra, popular "Seu Tica", que contou como era viver na cidade no tempo áureo da borracha, quando era administrada pela Companhia Ford.

Na última parte o artista plástico Laurimar Leal, diretor do Museu de Santarém, fala sobre a baleia da espécie Minc que nadou do Atlântico até as margens do rio Tapajós, em Belterra.


Início da reportagem

Às margens do Tapajós, fomos conhecer uma cidade que guarda marcas de um passado de glória. A riqueza do ciclo da borracha escreveu no lugar um capítulo importante da história da Amazônia. É a “bela terra”, como batizou o seu idealizador, o empresário americano Henry Ford.

O sonho dele era produzir borracha no coração da floresta. O mundo precisava de pneus e a matéria prima estava lá. As construções têm telhados baixos, estilo chalé. As janelas são largas. O caboclo estranhou essa arquitetura, mas gostou de uma das ordens do milionário Henry Ford, a de plantar flores na soleira da porta. Essa herança ainda é preservada. Nas casas de Belterra, até hoje, belos jardins são cultivados.

Flores ficam na entrada das casas, na principal praça da cidade. Belterra parece o cenário de um antigo filme americano. As velhas seringueiras ainda estão pelo lugar, com as cicatrizes de um sonho frustrado. Filho de um ex-funcionário da companhia, o aposentado Francisco Bezerra era criança nos tempos do progresso. Ele mostra a escola onde estudou.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Era uma vez um conto popular...

Fantasma do bueiro

Uma antiga funcionária do Hospital Henry Ford que morava na pilao do meio contava que certa vez largou do plantão a meia noite e tinha que caminhar por um piquete, atrás da Vila Mensalista, para voltar pra casa. Nessa noite, durante sua caminhada, avistou uma mulher e a chamou para acompanhá-la. Nessa época existiam quatro bueiros no cruzamento da Vila Timbó com a Estrada 1, um em cada canto, e a mulher misteriosa sentou em um deles. Ela tinha voz estranha, seus cabelos eram longos e escondiam o rosto. Quem era e o que estava fazendo no bueiro ninguém sabe.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

Gincana Cultural de Férias

Equipe Raça

Equipe Raça

A tradicional Gincana Cultural de Belterra, criada nas férias de julho para atrair a juventude que estava de férias das atividades escolares e visitantes, teve grande aceitação em Belterra. Em 1996 passou a fazer parte da programação do aniversário da cidade, no mês de maio, e se tornou um dos eventos culturais mais importantes do lugar.

Nesse ano houve outra mudança e a gincana voltou a ser realizada no mês de julho. Hoje, pela manhã, as equipes "Os Piratas" e "Raça" realizaram um passeio ciclístico para dar início a Gincana 2011. Em seguida, foram entregues as tarefas para serem apresentadas nos dias 15 e 16 de julho (sexta e sábado) na quadra de esportes da Escola Santo Antonio, a partir das 19h30min. Cada equipe deverá apresentar seu Mascote e ter no mínimo 50 participantes. O resultado será no último dia após o cumprimento das tarefas.

*Não encontrei registros da equipe Os Piratas. Quem tiver envie para conhecendobelterra@gmail.com e anexarei ao post.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O SIM de Belterra ao Estado do Tapajós


Como parte da história de Belterra, de sua emancipação e agora da eminência da mudança de Estado do Pará para Estado do Tapajós, publico o Editorial do Jornal A CORRENTE (jornal impresso de Belterra), edição do dia 02/07/2011, que trata do movimento a favor da divisão do estado.


COMICHÃO POLÍTICA
A decisão do Congresso Nacional em submeter a idéia de criação do Estado do Tapajós a um plebiscito, que é a consulta da vontade popular através do voto, causou rebuliço em todo o Brasil, acentuando efeitos, principalmente, no meio político, onde estão concentrados aqueles que são a favor e os que são contra a idéia. Então, pudemos antever a guerra a ser desencadeada entre os que têm razão e conhecimento de causa e, do outro lado, os que lutam sempre por “causas já conhecidas”. Estes, do alto de suas bazófias, revestem-se de defensores da nação, dotados de “consciência política e dever cívico”, tentando convencer a sociedade com suas opiniões hipócritas e oportunistas. Esta prévia teatral será a tônica daqueles que têm interesse em dizer “NÃO” aos ideais de liberdade e autodeterminação da nossa gente, que assim reage para dar um basta ao isolamento e ao descaso.

Deputados Estaduais e Federais, Senadores e Ministros de diversas colorações políticas, ocuparam as tribunas, as Assembléias, as Câmeras de TVs, as Rádios, os Jornais e os demais sistemas da mídia com a finalidade  em agregar trunfos para um ou outro lado. Diversos deles apenas por vaidade e desejo de “aparecer”.
Por outro lado, o Governador do Estado do Pará, definiu-se por montar um “governo itinerante” e decidiu contemplar o eterno esquecido município de Santarém como o primeiro a servir de base para o Grupo Administrativo do Estado. A emenda não caiu bem. Ao invés de consertar e convencer, a ação foi recebida como depreciação à inteligência dos habitantes do oeste paraense. É bom lembrar que Santarém é o centro das reivindicações e caixa de ressonância dos sentimentos decorrentes. Em resumo: o repúdio se alastrou.
Durante o período de 1995 até 2003, vivi o clima da luta pela emancipação do Tapajós quando, nas reuniões de secretário dos municípios do oeste do Pará, ponderávamos sobre esta questão e pude observar, àquela época, que alguns representantes de município vizinhos, especialmente os situados na chamada Calha Norte, esboçavam ligeira rejeição ao projeto por considerarem os colegas santarenos presunçosos e autossuficientes.
Tenho a impressão que a atual liderança do professor Edivaldo Bernardo, à frente do Comitê pro emancipação, haja recebido informações a esse respeito e tomado providências para mudar essas atitudes que de alguma forma influenciam e em nada ajudam.
Há, ainda, um ponto a apreciar: a exagerada centralização ao movimento emancipacionista na cidade de Santarém, a qual força um julgamento embora errado, mas natural, de que a participação dos demais municípios pouco interessa. Talvez, isto se dê pela falta de recursos necessários à implantação de comissão operante em todas as cidades-sede dos municípios que irão compor o novo estado. Se este fator for desconsiderado, corre-se o risco de grandes decepções, motivadas pela ausência de orientação.
Os gritos do SIM, a partir de agora, deverão ser dados a toda altura, com todas as forças, em todos os lugares: nos lares, nos ares, nos mares, nos bares e lupanares, a fim de que se faça impregnar em todos os corações a vontade e o ideal da nossa gente.
Já não nos importa a coceira que incomoda os inúmeros agentes da mesmice. O nosso querer é implacável e não muda. Irá prosseguir arruinando o comichão daqueles que propositalmente, permaneceram surdos e mudos às nossas causas.

Chardival Pantoja / O Editor

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Você Sabia?

O campo de aviação de Belterra foi o primeiro da região a receber voos regulares da Cruzeiro do Sul S/A. Nessa época a cidade de Santarém ainda não possuía pista de pouso, somente a Panair do Brasil amerissava no rio Tapajós em frente a Matriz.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Casa do seu Coleman no Aramanaí



 Casa que pertenceu ao seu Coleman, na praia de Aramanaí

O chefe de cozinha Chester Coleman, natural de Chicago (EUA), chegou na Amazônia em 1928 para trabalhar em Fordlândia. Posteriormente, mudou-se para Belterra onde montou uma padaria e farmácia.

Com o fim da administração da Companhia Ford alguns americanos permaneceram no Tapajós, um deles foi "seu Coleman", como era conhecido. Durante os passeios na praia de Aramanaí conheceu dona Joca (Georgina) com quem casou e teve três filhos: Donald, Lenon (falecido) e Olga (residente em Santarém).

Em Boim, comunidade ribeirinha do Tapajós, mantia em sociedade a Serraria Santo Antonio e possuía duas embarcações "Ara" e "Ara II". Anos depois fundou a "Hevea Texex Ltda", primeira usina de beneficiamento de látex da região.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Escola Santo Antonio de Pádua

1973
 2011

A Escola Santo Antonio foi fundada em 12 de março de 1956 pelos padres franciscanos, por intermédio de Frei Osmundo Menges, construída em homenagem ao santo padroeiro da cidade.

A madeira utilizada na construção do Ginásio Normal é a mesma da antiga Capela de Santo Antonio. Durante muitos anos a escola esteve sob administração da Congregação das Irmãs do Preciosíssimo Sangue. A qualidade na educação e os padrões disciplinares impostos pelas freiras são lembrados e reconhecidos até hoje por terem contribuído na boa formação de seu alunado.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Belterra em verso e prosa...

O DUELO SANGRENTO
Francisco Bezerra (Seu Tica)

Vou lhe contar uma história
De uma terra sem igual
Que fica no coração
Da floresta tropical
Pra turista visitar
Ela é o ideal

É um paraíso verde
A minha querida terra
Fica em uma planície
Bem em cima de uma serra
Sua mãe é Fordlândia
E o seu nome é Belterra

Seus habitantes não tem
Contato com a maldade
Com drogas corrupções
Nem com a criminalidade
Todo mundo só quer paz
Trabalhar e viver a vontade

As casas de uma só cor
São branquinhas como a paz
Verdes como a esperança
Com seus imensos quintais
Que dá pra fazer hortas
E criar animais

Em toda parte se vê
Verdejantes seringueiras
Que garantem boa renda
Assim como a laranjeira
Os jambos e os abacates
E sobretudo as mangueiras

Nas eiras ver-se a beleza
Das plantas ornamentais
De madrugada adentro
Cantam os galos nos quintais
De dia gorjeiam as aves
Bailam roupas nos varais

Mas nem tudo é harmonia
Num tudo é deslumbrante
Nunca houve um paraíso
Que não houvesse um tormento
E ás vezes um sorriso
Abre as vagas pro lamento

 E a história que vou contar
Começou de tal maneira
Que ao sair um delegado
Dessa terra tão ordeira
Veio Raimundo Feitosa
Tomou posse da cadeia

Muito amigo e bem quisto
Por toda população
Feitosa tinha um trabalho
De justiça e de ação

Foi fotografo autônomo
Enfermeiro no hospital
Já fora comerciante
Levando vida normal
Mas o destino lhe deu
Sua prisão fatal

Quando chegou pra polícia
Apenas em uma semana
Conquistou a simpatia
Daquela gente bacana
Vagabundo e ruaceiro
Trastejava tava em cana

Mas quando lhe pegou
Essa tal delegacia
Um certo policial
Há muito tempo havia
Conhecido por Ernani
E ser delegado queria

Feitosa logo de cara
Não topou com o camarada
E uma urgente mudança
Por ele foi planejada
E tirando Ernani fez
Inimizade cerrada

Com o seu afastamento
O tira ficou magoado
Tantos anos de trabalho
Pra depois ser alijado
E mesmo perdeu a chance
De se tornar delegado

Existe um clube em Belterra
O tão famoso União
Ernani tomava parte
Era do seu coração
Membro da diretoria
E trabalhava no balcão

Um certo fim de semana
Numa festa muito quente
Devido o seu jeitão
De policial imponente
Ernani iniciou
O lamentável incidente

Um litro de vinho foi
O pivô da confusão
Ernani que só queria
Moralizar o União
Terminou se envolvendo
Numa tremenda questão

No outro dia bem cedo
Feitosa mandou chamar
O ex tira implicado
Não pode se explicar
Mas homem aborrecido
Disse que não ia lá

Então Raimundo Feitosa
O ameaçou de verdade
Disse não ficaria
Assim na impunidade
Aquele que ofendesse
A sua autoridade

Mandou um guarda buscá-lo
Direto pra cadeia
Mas Ernani parecia
Que nem via a coisa feia
Acho que ele já estava
Com o sangue do cão na veia

E falou assim ao guarda
Não adianta recado
Vá e diga ao seu chefe
Que não vou nem amarrado
E quero que ele venha
Se é bom delegado

Com o recado o delego
Deu um suspiro profundo
E disse: hoje ele vem
Ou não me chamo Raimundo
Ou o meto no xadrez
Ou me mudo desse mundo

Meu estado de saúde
Já não anda muito bem
Portanto eu vou pedir
Reforço em Santarém
Mas de um jeito ou de outro
Esse cabra hoje vem

Pois os guardas de Belterra
Não tem uma garantia
Trabalham sem documento
Carteira, registro ou guia
Não tem uma carta branca
Que lhe tire de uma fria

Portanto um deste
Trabalha desamparado
Para ajudar e delega
E ganhar algum trocado
Mas se ele matar alguém
Ta o negão atolado

Pois bem seguiu Feitosa
Rumo a TelePará
Naquela linda manhã
A fim de telefonar
Pra sede policial
E o tal reforço chamar

Ernani quando descobriu
Que o reforço era chamado
Disse: pra aquela cadeia
Eu não vou e ta falado
E vou mostrar pro Feitosa
Que também fui delegado

Carregou o trinta e oito
Pegou o velho facão
Montou sua bicicleta
Que era sua condução
Despediu-se da família
Nesta mesma ocasião

No boteco da esquina
Que pertencia ao Navarro
Tomou um trago de pinga
Pra combater o pigarro
Sabendo que neste dia
Um dos dois ia pro barro

Para o posto telefônico
Foi logo se encaminhando
Ao saber que era dali
Que Feitosa ia voltando
Bem no meio do caminho
Eles foram se encontrando

Foi uma contenda ligeira
Sem briga sem discussão
Um sacou o trinta e oito
Outro sacou o facão
Seguiu um para o hospital
O outro para o caixão

Ernani se aproximou
Sacou logo o seu ferro
Queria matar a faca
Nem lembrou-se mais do berro
Feitosa pensou depressa
Nesse daqui eu não erro

E detonou uma bala
Bem sobre o coração
Do homem que furioso
Já erguera seu facão
Acertando na cabeça
Fez uma grande incisão

Ernani morreu na hora
Feitosa dias depois
O tal orgulho ferido
Se transformou em algoz
Destes dois pais de família
Extinguindo todos dois

Raimundo Dias Feitosa
Manoel Ernani Vieira
Só isso eu talvez queria
Pra falar em verso ou prosa
Ou da pétala da rosa
Ou do espinho da roseira
Eu faço por brincadeira
Pra prosa fui treinado
Se despede seu criado

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Era uma vez um conto popular...

O FOGO DA ESTRADA SEIS
(Chardys)

Dizem que na estrada seis
Um fogo surge e apavora
A quem andar por ali
À noite, fora de hora.
 
É que surge de repente
Que sobe e desce no espaço
E que corre atrás da gente
E faz cair de cansaço.

Ora fica fogo enorme
Ora fica pequenino
Eu não ando à meia noite
Pela estrada seis sozinho.

Não conto pra fazer graça
E guardo isto em segredo
Tem gente que até na calça
Já mijou de tanto medo.

domingo, 5 de junho de 2011

Rede ItsNoon premia criações belterrrenses


A ItsNoon é uma rede de aprendizagem, criação e trocas existente no Brasil, Holanda e África do Sul. A principal proposta é incentivar a reflexão sobre temas importantes através de imagens, músicas e vídeos.

A palavra “Noon” significa “meio dia”, momento em que o sol clareia tudo e todos, e ninguém faz sombra pra ninguém. Dessa forma, os criadores são valorizados expressando seu pensamento sobre assuntos que fazem parte do cotidiano utilizando os recursos que possuem e podem ser remunerados por isso. Essa ideia é chamada de Sevirologia onde todos podem criar da forma que sabem fazer, aprender e interagir com amigos e sevirólogos de vários lugares do mundo.

A ItsNoon propõe chamadas criativas sobre temas diferentes, com início e término determinados. No mês de maio as belterrenses Mônica de Almeida (Mônica Belterra) e Míriam Lane (Míriam Amazônia) foram premiadas pelas imagens e textos criados nas chamadas “Como o seu celular pode te ajudar a transformar a sua comunidade?” e “Como despertar o brilho das pessoas que não conseguem brilhar?”, respectivamente:

Belterra no meu celular. (Mônica)
Belterra é uma cidade histórica do Oeste do Pará. Ela surgiu em meados de 1934 para ser uma grande produtora de borracha natural para os Estados Unidos. Hoje, a cidade preserva os prédios e monumentos herdados da Companhia Ford, no entanto, o celular seria de grande importância para o registro do patrimônio ainda existente em Belterra.

A borboleta azul no jardim da vida. (Míriam)
É maravilhoso ter o privilégio de contemplar essa linda cena. Uma borboleta azul pousar nas flores de nosso jardim é normal, mas muitas pessoas nunca nem viram uma borboleta nessa cor. A liberdade que ela tem de voar pra onde quiser é a mesma liberdade que todos almejam. Entretanto, para o nascimento de uma borboleta é necessário que permitam que as lagartas continuem vivas. Há quem não goste e as matam impedindo que uma bela borboleta evolua. Assim como elas, muitas pessoas são impedidas de brilharem, de assumirem sua própria personalidade ou de seguirem a profissão que gostam. A borboleta no jardim retrata nossa realidade: o desejo pela liberdade, o respeito pela cor, o direito de ter um lugar e o direito de viver. Quer ser uma borboleta? Então, não desista da vida e brilhe no mundo!

* Jornal A Corrente - Edição 04 de Junho de 2011.

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