quinta-feira, 23 de maio de 2024

Crachá de identificação da Ford Motor Company em Belterra

  

    O fundador de Belterra, Henry Ford, criou uma forma de produção em grande escala que consistia numa linha de montagem trabalhando por cinco dias e quarenta horas semanais. Essas técnica conhecida como "Fordismo" elevou a produtividade através da organização por equipe ou por responsável de uma ação específica, reduzindo tempo e complexidade da atividade de cada setor da empresa. Consequentemente, o aumento de funcionários gerou maior necessidade de estruturar o quadro de pessoal.
    Para uma empresa de grande porte, o crachá é fundamental para a identidade da marca, com ênfase no nome da empresa e sua simbologia.

Emblema da Ford, 1930.

     Desde a criação da Ford Motor Company, em 1903, os crachás de identificação sofreram modificações. À medida que as fábricas cresciam os gestores emitiam os modelos para controlar o acesso em todas as empresas. Não tem como identificar a quantidade exata dos modelos criados ao longo dos anos.
    O primeiro cracha documentado data do ano 1912, confeccionado em metal, formato oval, cor dourada, números e letra para identificar cada funcionário, e acima o nome Ford dentro de um triângulo alado.

Primeiro crachá documentado, 1912.

    Em 1915, foi criado um modelo com formato do Ford Modelo T, o "Ford Bigode", assim como crachás com foto para pessoas envolvidas com contratos nas instalações, impresso em cartão e posteriormente em plástico laminado. Se o crachá fosse perdido era emitido outro como cartão temporário.

Primeiros modelos de crachá.

    A partir de 1920, novos modelos foram fabricados alterando suas formas, mas com as informações do distintivo anterior, acrescentando a descrição do local de trabalho e vários itens em relevo referente a estrutura das fábricas. A letra indica a seção da fábrica do trabalhdor.

Crachás de diferentes épocas.

    Em 1932, já havia no crachá a referência aos navios enviados para o Brasil, com todo maquinário e estrutura das fábricas da Ford Motor Company. Esse mesmo modelo foi utilizado nas Plantações Ford de Belterra e Fordlândia, com a descrição C.F.I.B., sigla de Companhia Ford Industrial do Brasil, assim como uma etiqueta de verificação de ferramentas em formato triangular feita de metal dourado.

Etiqueta de verificação de ferramentas

    Esse controle de funcionários existente em Belterra e Fordlândia também era utilizado em todas as localidades com fábricas pertencentes a Ford. Em cada lugar era colocado o nome ao centro do distintivo. Esse modelo foi usado até 1966, quando foram substituídos por cartões de identificação feitos de plástico. Abaixo alguns "crachás broches":

Crachás de identificação de algumas cidades, incluindo Belterra e Fordlândia (CFIB).


    Atrás de cada chapa de identificação havia um alfinete soldado, tornando-o um "crachá broche" de metal prateado, podendo também visualizar as gravuras em alto relevo inseridas na parte da frente.

Alfinete da chapa de metal prateado e macacão de funcionário de River Rouge.

    Em 2003, foi criado um distintivo comemorativo dos 100 anos da Ford Motor Company e, em 2008 foi criado outro referente aos 100 anos do Ford Modelo T.

Crachás comemorativos de 100 anos.

    A Companhia Ford Industrial do Brasil encerrou suas atividades em Belterra no ano de 1945, quando renegociou as terras com o governo brasileiro, deixando toda estrutura erguida e a história de um povo trabalhador.


Pesquisa e texto: Míriam Sousa

Referências de Pesquisa:
Model T Ford Clube https://www.mtfca.com/
eBay https://www.ebay.com.sg/
The Henry Ford https://www.thehenryford.org/


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