quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Fordlândia, a cidade fantasma

Para escrever sobre a História de Belterra desde sua fundação e entender como tudo aconteceu é necessário pesquisar, também, sobre Fordlândia.

Com a aquisição de terras próximas as cidades de Aveiro e Itaituba (Pará), as margens do rio Tapajós, o Projeto Ford iniciou as queimadas e limpeza da área para a construção da vila, assim como aconteceu em Belterra. O local chamava-se Boa Vista e, depois dessas mudanças, passou a homenagear o dono das terras, o norte-americano Henry Ford, sendo, então, fundada por ele em 1928.


Fordlândia ganhou fama internacional após várias publicações feitas por estudiosos que pesquisam sobre a vida de Henry Ford e sua empresa, a Ford Motors Company. Um dos destaques é o livro de Greg Grandin, publicado em 2009, que descreve os detalhes por trás desse grande empreendimento na Amazônia. Trata-se de uma pesquisa aprofundada com base em documentos da época, explicando desde a criação de Fordlândia até o fim do projeto em Belterra.

Fordlândia - Greg Grandin 

Outro livro que está circulando é um romance, também baseado na experiência de Ford com as plantações de borracha, escrito por Eduardo Sguiglia, publicado em 1997. O autor utilizou os fatos históricos sobre Fordlândia em diferentes escalas de tempo. A história começa com a tragetória de um argentino contratado pela Companhia, descrevendo seu trabalho, condições de vida, atividades cotidianas, o momento da entrevista na empresa e a viagem até o lugar.

Fordlândia - Eduardo Sguiglia 

Ressalto, também, um filme de Daniel Augusto e Marinho Andrade intitulado "Fordlândia", que mostra toda a história do lugar através de imagens feitas na época, documentos e relatos de americanos que nasceram e viveram na vila. Nesse documentário um grande destaque foi a entrevista com a Dona América (in memorian) conhecida como a "biblioteca viva" de Fordlândia, visto que trabalhou para a Companhia Ford desde o momento em que chegaram ao lugar, passando a ser personalidade local, querida por todos e que deixou muitas saudades.


Com as estruturas antigas, o difícil acesso ao lugar, entre outros fatores, Fordlândia ficou entregue ao abandono e passou a ser conhecida como "A Cidade Fantasma da Amazônia".

Outros livros sobre Fordlândia:


 







2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei muito feliz ao encontrar essa reportagem sobre Fordlândia, pois de há muito vinha procurando notícias de lá, tendo em vista a grande saudade que sinto daquele lugar maravilhoso que, lamentávelmente por negligência e descaso dos governos Federal e Estadual da época,permitiram pela sua incompetencia que, hoje Fordlândia receba o infeliz título de "Cidade Fantasma", francamente, dói terrivelmente saber que aquela vila maravilhosa, acolhedora, tenha chegado a esse ponto! - não nascí em Fordlândia, mas aprendí a amar o lugar porque alí passei a minha infância, juventude e parte da minha vida adulta quando em 1962 aos 26 anos, por dificuldades na oportunidades de emprego, ví-me forçado a deixar a vila, e meus pais, que lá ficaram, e nunca mais retornei até hoje.
Tenho lido muitos comentários sobre a história da fundação de Fordlândia, onde discordo de algumas informações que divergem da realidade propriamente dita. Conheço muito bem a história e acontecimentos reais, porque cheguei alí em meados de 1945, quando ainda proliferava a produção da borracha em grande escala,e tudo em Fordlândia, acontecia maravilhosamente em favor dos trabalhadores; casas com agua e luz,pagamento dos salários em dia, hospital com equipamentos de última geração daquela época, assistencia médica imediata; tudo era sucesso a contento de todos! porque até então predominava a Feliz adminstração americana de Henry Ford,e seus adminstradores que sastifaziam a tudo e a todos! - ao terminar a segunda guerra mundial, Mr.Henry Ford, deu a sua grande mancada; devolveu Fordlândia e Belterra, ao governo brasileiro, e daí em diante tudo começou a mudar negativamente; mudanças constantes de admistradores incompetentes, atrazos de salários aos trabalhadores em geral(meu pai era um deles),os médicos sumiram,e começamos como todos que alí moravam, a sofrer as consequencias constantes da má admintração dos chefes brasileiros que para lá enviavam!
Se o governo Federal e o governo do Estado do Pará, naquela época, tivessem dispensado um pouquinho de interêsse em continuar o progresso de Fordlândia, que Henry Ford, iniciou, hoje alí seria um grande e potecial Polo Industrial e Exportador de Agro-pecuaria, dados a excelente condição clímática e geográfica do lugar!
Parabêns aos que iniciaram esta reportagem!
Meu abraço,
Nonato Araújo

Anônimo disse...

Oi Nonato. Eu não nasci em Fordlandya. Nasci em Belterra. Moro aqui no Amapá, desde janeiro de 1962, vindo para estasw bandas também por falta de oportunidades em Belterra.
Concordo plenamente com as suas palavras. Eu também tenho ouvido pessoas, inclusive professores dizerem que um tal fungo acabou com os seringais tanto de Belterra como de Fordlandya e eu tenho discordado veementemente do ponto de vista deles pois eles só sabem o que está nos livros e muito do que consta nos livros é a versão dos governos federal e estadual. Eu vivi a minha infância e parte da minha juventude lá em Belterra e até a data em que eu saí de lá a produção de látex era muito boa.O que aconteceu, infelizmente, foi o que voce disse o desleixo e aincompetência dos nossos govvernantes é que deixaram o mato e a capoeira tomar conta do seringal. Na minha opinião de ignorante do assunto o seringal foi sufocado pelo matagal e outras ervas daninhas.
Fiquei muito feliz de ler a sua opinião. Felizmente apareceu alguém para dizer a verdade e o que de fato aconteceu com as nossas belas e queridas Fordlandya e Belterra.
José Castro Barreto da Penha

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