sexta-feira, 31 de maio de 2024

História da Igreja Matriz de Belterra

Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua - Belterra/Pará (Foto Mizael Santos)

    A Companhia Ford criou uma pequena cidade americana na Amazônia em 1934, com diversas construções para abrigar e servir seus funcionários. Entretanto, a aceitação de cultos religiosos só foi permitida após uma conversa entre Henry Ford e o Cardeal Mooney, em Detroit - EUA. Após explicar que o Brasil era um país predominantemente católico, o dono da Ford permitiu a evangelização no local e, em 1943, começaram as expedições religiosas pelas comunidades do Tapajós, incluindo Belterra e Fordlândia, antes realizadas clandestinamente. Nesse ano chegaram os primeiros líderes católicos: Frei Rogério Voges e Frei Severino Nelles.
Parte da área disponibilizada pela Companhia Ford.

    Os administradores americanos cederam uma área em frente ao campo de golfe (atual praça Brasil) para as construções católicas. Em 1944, foi erguido o primeiro mosteiro de Belterra, com ajuda dos líderes franciscanos, e sob responsabilidade do mestre de obras Francisco de Paula Correa (presidente da associação dos construtores da Matriz), priorizando o convento e seguindo com a capela. A casa católica erguida em estilo sobrado (altos) foi toda construída em madeira (beneficiada na serraria), e ficava ao lado esquerdo da área destinada à futura capela, no mesmo local da atual casa dos padres. Anos mais tarde virou o Convento das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo.
Casa dos Frades Franciscanos em 1950. (Arquivo Pe. Sidney Canto)

Capela de Santo Antonio, casa dos padres e o antigo coreto em madeira. (Arquivo do Blog)

    A construção da primeira Capela em Louvor a Santo Antônio (e segunda erguida em Belterra), iniciou em 1945 e foi inaugurada no dia 23 de junho de 1946 pelo líder católico da Prelazia de Santarém Monsenhor Anselmo Pietrulla. A missa de domingo foi concelebrada pelo Frei Rogério Voges e o vigário anfitrião Frei Severino Nelles, assim como a presença de Frei Feliciano e Frei Marcos Peterek.
Capela em 1950 e 1953. (Arquivo Pe. Sidney Canto)

    A Capela foi toda construída em madeira de lei, de frente para a área da futura praça na esquina com a vila mensalista, e ao seu lado foi colocado um sineiro em concreto (o mesmo da atual igreja). A celebração marcou as festividades do santo padroeiro de Belterra e se estendeu até a véspera do dia de São João.
Interior da Capela. (Arquivo do Blog)

Congregação Mariana e Frei Osmundo Menges, OFM, em frente a antiga igreja, 1950. (Foto Pe. Sidney Canto)

    No dia 26 de setembro de 1954, foi erguido um grande Cruzeiro pelos membros da igreja na área da praça, em frente à Capela, como marco comemorativo das Santas Missões Populares, sendo substituído em 1971.
Cruzeiro erguido em 1954. (Foto Pe. Sidney Canto)

    No início de 1956, a Capela de Santo Antônio foi desmontada para dar lugar a nova construção em blocos de concreto, e suas madeiras foram destinadas para a estrutura da escola paroquial. O início das obras da Igreja Matriz foi coordenada pelo pároco Frei Raimundo Crone, OFM, e o mestre de obras Waldo Ramos, que saiu de Fordlândia para cumprir esse desafio. Anualmente a igreja é revitalizada para as festividades do santo padroeiro. Enquanto a obra era erguida, as missas dominicais eram realizadas no salão paroquial (também construído em madeira), e retornando para a matriz recém-construída em novembro de 1959, celebrada por Frei Raimundo.
Desmonte da Capela. Ao lado do sineiro, blocos de concreto para a nova construção. (Foto Pe. Sidney Canto)

Antigo Salão Paroquial em madeira. (Arquivo Pe. Sidney Canto)

    No ano 2000, a igreja Matriz teve uma grande mudança em sua estética. A reforma do templo foi realizada com alteração da cor original, que por mais de quarenta anos foi na cor cinza, tonalidade do concreto, e nesse ano foi pintada na cor verde de várias tonalidades. Segundo Frei Alexandre Dowey, essa cor foi escolhida em respeito às pinturas tradicionais de Belterra e inspirada nas lições sobre o meio ambiente desenvolvidas pela Conferência das Nações Unidas, conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro.
Igreja Matriz com pintura antiga. (arquivo do Blog)

Igreja Matriz no ano 2000.

    Em 2017, o Padre José Ronaldo Brito, pároco de Belterra, elaborou um grande projeto de reforma para a Matriz, incluindo a construção do forro que a igreja nunca teve, revitalização da pintura externa nas cores verde e branca, e personalização interna com símbolos tradicionais católicos e das comunidades belterrenses. No dia 21 de outubro aconteceu a pré-inauguração da reforma com apresentações culturais do Grupo de Teatro Atores de Deus (O milagre de Santo Antonio do Sacrário e a mula) , Orquestra de Violões de Belterra (músicas religiosas) e Orquestra Filarmônica de Santarém (músicas clássicas), com celebração presidida pelo Pároco da Matriz.
Igreja Matriz em fase de acabamento, 2017.

    No dia 29 de outubro de 2017, a Celebração Eucarística presidida pelo Bispo da Diocese Dom Flávio Giovenalle marcou a inauguração da reforma da Matriz de Santo Antônio de Pádua, que ao lado do mentor do projeto, Padre José Ronaldo Brito, fez o rito de Dedicação da Igreja e Sagração do Altar, espalhando grande alegria na comunidade católica que também colaborou direta e indiretamente para que o templo fosse reformado preservando sua história e grandiosidade.
Missa solene da inauguração da reforma da Matriz, em 2017. (Foto Oti Santos)

Missa solene da inauguração da reforma da Matriz, em 2017. (Foto Antenor Gentil)

    Em julho de 2018, a frente da Matriz ganhou a estátua do santo casamenteiro, adquirida durante a caravana de Santo Antônio realizada pela região nordeste do país.
Pe. José Ronaldo Brito apresentando a estátua. Ao lado a imagem do Vitral da Igreja (arquivo do blog)

Igreja Matriz de manhã, final de tarde e a noite. (Fotos Mirasselva Sousa)

    Ainda como parte do projeto de reforma da Matriz, idealizado pelo Padre José Ronaldo Brito, está a construção da Capela Mortuária, erguida atrás do templo, mas teve suas obras paralisadas após sua brusca partida, em 2021. A obra continua em 2024 sob nova direção.
Início da construção da Capela Mortuária em 2019. (arquivo do blog)

Igreja Matriz com imagens de Odenildo Brito @belterra_vista_de_cima

Pesquisa e texto: Míriam Sousa

Fontes de Pesquisa:

Livro "Belterra, sua história" do jornalista Oti Santos

Blog Pe. Sidney Canto

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Você Sabia? Hidrante da Praça Brasil

    O hidrante colocado no letreiro da Praça Brasil é o mesmo que ficava em frente ao antigo Hospital Henry Ford, na vila americana.



domingo, 26 de maio de 2024

Hospital Municipal de Belterra - 24 anos

 Foto de Odenildo Brito

    O termo hospital é de origem latina e deriva de hospitalis. Proveniente de hospes (hóspedes), casas de assistência que recebiam peregrinos, pobres e enfermos. Hoje a palavra Hospital tem o mesmo sentido do grego Nosodochium, que quer dizer receber os doentes.

    O Hospital Municipal de Belterra foi inaugurado no dia 05 de maio de 2000 pelo governador Almir Gabriel. A construção do novo prédio foi uma tarefa importante para o primeiro Prefeito da cidade, Oti Santos, em virtude do antigo Hospital Henry Ford ter sido desativado no dia 30 de agosto de 1992. Desde então, os atendimentos eram realizados por profissionais de enfermagem de Belterra e, em casos mais graves, diretamente encaminhados para Santarém. 

Solenidade de Inauguração do Hospital Municipal Dr. Almir Gabriel (Foto do arquivo pessoal de Oti Santos)

    O novo centro de saúde foi denominado "Hospital Municipal Dr. Almir Gabriel", conforme a Lei Municipal Nº 73, sancionada pelo prefeito Oti Santos em 26 de junho de 2001.

    O prédio foi construído com 20 leitos, conforme o padrão do Ministério da Saúde, com recursos estaduais e municipais. As obras iniciaram em 02 de março de 1998 sob a responsabilidade técnica da construtora Leão Cunha, mas, após meses de atraso, as atividades foram finalizadas pela Construtora Hamad, sob a responsabilidade técnica do engenheiro santareno Antonio Jorge Hamad.

    Anos mais tarde o nome do estabelecimento foi alterado para "Hospital Municipal Santo Antonio". Em 23 de abril de 2013, a atual prefeita Dilma Serrão inaugurou a instalação da Base de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), localizada na Estrada 1, em frente ao hospital.

Base do SAMU em Belterra. 2013 (Arquivo de Oti Santos)

    Ao longo dos anos, surgiram as dificuldades de manutenção do hospital e suas unidades de apoio. O abandono do hospital era noticiado em vários meios de comunicação. O descaso do governo com o ambiente hospitalar foi tão grande a ponto de necessitar de doações para manter as atividades de atendimento ao público, a fim de dar qualidade de vida para as pessoas que necessitavam de tratamento imediato e que não tinham condições de arcar com as próprias despesas.

    No início de 2017, o prefeito eleito Dr. Jociclélio Macedo idealizou ações através das redes sociais para recolher doações, dentre elas, macas, suporte de soro, mesas para centro cirúrgico, cadeiras, poltronas, colchões, escadas para macas, lençóis, materiais de limpeza e remédios, enquanto que a primeira-dama, em parceria com a secretaria de saúde do município, também recrutava voluntários para o mutirão de limpeza e pintura do hospital.

Imagens retiradas da internet. (2017)

    No dia 31 de dezembro de 2018, o deputado federal Wladimir Costa entregou em Belterra uma ambulância Fiat Estrada e mais 300 mil em equipamentos destinados ao Hospital, que contribuiu para a melhoria da instalação da sala de atendimento para pacientes em estado grave. A partir de então, as melhorias nos setores da saúde foram aumentando e gerando expectativas em todos os belterrenses. Entretanto, em março de 2020, foi decretada a pandemia do coronavírus, colocando à prova todas as questões de saúde pública em Belterra e região.

    A época da pandemia mostrou a força das equipes de saúde e toda luta pela vida dos belterrenses e moradores de vários lugares que procuravam acolhimento no hospital. No dia 24 de junho de 2020, a prefeitura recebeu a doação de 1 (hum) respirador para os pacientes com saúde debilitada pela Covid19, em parceria com a "Galera do Bem", representados por Marcos Hubner, Alexandre Maduro e Guilherme Aguiar que reuniram empresários da região para comprar equipamentos e materiais para combater o vírus. Em 2021, a pandemia estava estabilizada, sendo decretado o fim, pela OMS, somente em 05 de maio de 2023.

Publicação de Janeiro de 2021. ASCOM/PMB

    Em maio de 2021, o prefeito Jociclélio Macedo recebeu os deputados Eraldo Pimenta e Hélio Leite para a solenidade de entrega dos equipamentos do Laboratório e Revitalização do Hospital Municipal de Belterra, que passou a ser chamado "Hospital Municipal Dr. Ivaldo Moraes", homenageando um grande profissional que atuou por mais de uma década na antiga vila, e faleceu no dia 06 de março de 2021. Na ocasião também foi entregue a construção da Capela Mortuária em anexo, ambas construídas com recursos municipais para melhor atender a população belterrense.

Entrada do Hospital Municipal (Foto da internet)

Autoridades municipais em frente a Capela Mortuária do Hospital de Belterra (Foto da internet)

    No dia 29 de novembro de 2021, em parceria com Prefeitura de Belterra, Governo do Estado do Pará e ONG Zoé, foi reativado o centro cirúrgico do hospital municipal. Na cerimônia de inauguração estiveram presentes o prefeito e outras autoridades locais, além dos integrantes da Zoé.

    A ONG Zoé (Organização Não Governamental) é uma associação sem fins lucrativos que leva tratamentos de saúde aos povos da Amazônia, através do atendimento voluntário de seus profissionais, como médicos, enfermeiros e psicólogos. Fundada pelo médico Marcelo Averbach em 2019, a ONG está atuando na região do Tapajós, principalmente nas áreas ribeirinhas mais isoladas.

Cirurgia de Hérnia no Centro Cirúrgico de Belterra (Foto Solange Macedo)

    Em 2022, o município foi contemplado com a jornada cirúrgica da ONG, destacando Belterra no cenário regional com as cirurgias videolaparoscópicas.  Os procedimentos realizados foram variados e puderam atender a belterrenses que passaram pelas triagens dos agentes de saúde. O grupo de cerca de 20 médicos e enfermeiros realizaram Colecistectomias Video Laparoscópicas, Herniorrafias, Endoscopias Altas e Baixas, ultrassonografias, além de consultas oftalmológicas. Desde então a ONG Zoé realiza atendimentos anuais em Belterra com expedições programadas para as áreas urbanas e ribeirinhas da cidade, e continuam a parceria com a SEMSA através de projetos contínuos em várias modalidades de atendimento, dentre elas o Programa Contínuo de Saúde Mental, realizado no Centro de Atenção Psicossocial de Belterra.

Grupo da Expedição Zoé (Foto Solange Macedo)

    No mesmo ano, Belterra teve outro grande momento a ser celebrado. Com a aquisição de equipamentos, materiais adequados e equipes capacitadas, foi realizada a primeira cesárea no centro cirúrgico do hospital, graças ao empenho de toda equipe envolvida nos procedimentos.   

Primeira Cesárea no Hospital Municipal Dr. Ivaldo Moraes. 2022 (foto da internet)

     A primeira cesárea realizada em Belterra foi no antigo Hospital Henry Ford, construído e equipado pela Companhia Ford ainda nos anos 30. Nessa época o estabelecimento de saúde era o mais equipado da América Latina e reconhecido em todo o Brasil. Seus cômodos eram amplos, com vários leitos, inclusive com ala de obstetrícia, local onde o renomado Dr. Ivaldo Moraes também foi o médico responsável pelas cirurgias anos mais tarde.

Centro Cirúrgico do Hospital Henry Ford - Belterra (Archive The Henry Ford).

Dr. Ivaldo Moraes na década de 70, em Belterra. (arquivo do blog)

    No dia 01 de fevereiro de 2024, a prefeitura de Belterra, sob gestão do prefeito Ulisses Medeiros, anunciou o atendimento de médicos plantonistas para urgência e emergência. Um grande passo para o povo belterrense que dependia de agendamentos demorados para conseguir atendimento médico, que normalmente duravam meses.

ASCOM/PMB

    Outro momento aguardado pelos belterrenses foi a reforma e ampliação do Hospital, concluída no início de 2024 pela construtora F. Ferreira Coelho Construções. Ressaltamos também as construções padronizadas de Postos de Saúde em diversos bairros de Belterra, com ambiente hospitalar confortável para atender ao público.

    No dia 02 de maio de 2024, durante a programação do Aniversário de 90 Anos de Belterra, foi entregue a população belterrense através da Secretaria de Saúde (SEMSA), a Reforma e Ampliação do Setor de Emergência do Hospital Municipal. Com recursos próprios do município, foram equipados 24 leitos, salas revitalizadas, e setor de emergência com condições ideais para o atendimento profissional humanizado. Essas melhorias são aguardadas há muitos anos, desde quando o estabelecimento começou a ficar em precárias condições deixando, inclusive, de fazer procedimentos simples. A saúde é prioridade de todos.

“A individualidade mais importante do hospital não é o seu diretor, nem o contribuinte, nem o médico, nem a enfermeira, nem o secretário; a individualidade mais importante do hospital é, sem dúvida, o enfêrmo”. GOLDWATER.

Setor de Emergência reformado (Fotos divulgadas no Facebook)

HOSPITAL MUNICIPAL DR. IVALDO MORAES

Endereço: Estrada Um, Nº 01, Bairro Centro, CEP: 68.143-000, Belterra - Pará


Pesquisa e Texto: Míriam Sousa

(o texto pode sofrer alterações para melhorar o conteúdo)


Fontes de Pesquisa:

Relatos de belterrenses no Facebook.

Livro "Belterra, a sua história", de Oti Santos.

Site da Prefeitura de Belterra - ASCOM/PMB

Archive The Henry Ford

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Crachá de identificação da Ford Motor Company em Belterra

  

    O fundador de Belterra, Henry Ford, criou uma forma de produção em grande escala que consistia numa linha de montagem trabalhando por cinco dias e quarenta horas semanais. Essas técnica conhecida como "Fordismo" elevou a produtividade através da organização por equipe ou por responsável de uma ação específica, reduzindo tempo e complexidade da atividade de cada setor da empresa. Consequentemente, o aumento de funcionários gerou maior necessidade de estruturar o quadro de pessoal.
    Para uma empresa de grande porte, o crachá é fundamental para a identidade da marca, com ênfase no nome da empresa e sua simbologia.

Emblema da Ford, 1930.

     Desde a criação da Ford Motor Company, em 1903, os crachás de identificação sofreram modificações. À medida que as fábricas cresciam os gestores emitiam os modelos para controlar o acesso em todas as empresas. Não tem como identificar a quantidade exata dos modelos criados ao longo dos anos.
    O primeiro cracha documentado data do ano 1912, confeccionado em metal, formato oval, cor dourada, números e letra para identificar cada funcionário, e acima o nome Ford dentro de um triângulo alado.

Primeiro crachá documentado, 1912.

    Em 1915, foi criado um modelo com formato do Ford Modelo T, o "Ford Bigode", assim como crachás com foto para pessoas envolvidas com contratos nas instalações, impresso em cartão e posteriormente em plástico laminado. Se o crachá fosse perdido era emitido outro como cartão temporário.

Primeiros modelos de crachá.

    A partir de 1920, novos modelos foram fabricados alterando suas formas, mas com as informações do distintivo anterior, acrescentando a descrição do local de trabalho e vários itens em relevo referente a estrutura das fábricas. A letra indica a seção da fábrica do trabalhdor.

Crachás de diferentes épocas.

    Em 1932, já havia no crachá a referência aos navios enviados para o Brasil, com todo maquinário e estrutura das fábricas da Ford Motor Company. Esse mesmo modelo foi utilizado nas Plantações Ford de Belterra e Fordlândia, com a descrição C.F.I.B., sigla de Companhia Ford Industrial do Brasil, assim como uma etiqueta de verificação de ferramentas em formato triangular feita de metal dourado.

Etiqueta de verificação de ferramentas

    Esse controle de funcionários existente em Belterra e Fordlândia também era utilizado em todas as localidades com fábricas pertencentes a Ford. Em cada lugar era colocado o nome ao centro do distintivo. Esse modelo foi usado até 1966, quando foram substituídos por cartões de identificação feitos de plástico. Abaixo alguns "crachás broches":

Crachás de identificação de algumas cidades, incluindo Belterra e Fordlândia (CFIB).


    Atrás de cada chapa de identificação havia um alfinete soldado, tornando-o um "crachá broche" de metal prateado, podendo também visualizar as gravuras em alto relevo inseridas na parte da frente.

Alfinete da chapa de metal prateado e macacão de funcionário de River Rouge.

    Em 2003, foi criado um distintivo comemorativo dos 100 anos da Ford Motor Company e, em 2008 foi criado outro referente aos 100 anos do Ford Modelo T.

Crachás comemorativos de 100 anos.

    A Companhia Ford Industrial do Brasil encerrou suas atividades em Belterra no ano de 1945, quando renegociou as terras com o governo brasileiro, deixando toda estrutura erguida e a história de um povo trabalhador.


Pesquisa e texto: Míriam Sousa

Referências de Pesquisa:
Model T Ford Clube https://www.mtfca.com/
eBay https://www.ebay.com.sg/
The Henry Ford https://www.thehenryford.org/


quarta-feira, 22 de maio de 2024

Emblema da Ford Motor Company

    

    Por muitos anos os logotipos da Ford sofreram mudanças. Dentre eles a possibilidade de tirar o famoso oval azul, no ano de 1966, com uma proposta de Paul Rand, famoso designer gráfico dos EUA, redesenhando para uma tendência moderna e elegante com linhas ornamentais. No entanto a proposta foi rejeitada e a Ford continuou usando o tradicional logotipo.

Logotipo criado por Paul Rand.


Você conhece a história do oval azul da Ford? Por Marcos César Silva

    O logotipo oval azul da Ford é um dos símbolos mais conhecidos em todo o mundo, não só no mundo do automóvel, mas também entre as marcas internacionais, como a Coca Cola, Marlboro ou Shell. Mas nem sempre foi assim. O clássico emblema da Ford remonta aos primeiros anos da marca americana, quando C. Harold Willis engenheiro assistente de Henry Ford, desenvolveu uma versão estilizada das palavras "Ford Motor Company". O primeiro logotipo usado pela Ford foi criado em 1903 e trazia referência à cidade de Detroit, Michigan, o local onde a Ford nasceu. E considerando a época estava em total sintonia com o estilo e arte da época. Mas apesar de sua beleza você não vai encontrar esse símbolo em nenhum modelo da Ford, pois ele foi usado basicamente na comunicação corporativa da empresa, o famoso "papel timbrado".

Este foi o primeiro logotipo da Ford, usado em comunicações corporativas e papelada interna.

    Nos anos seguintes, até 1906, a Ford experimentou outras soluções, evoluindo para um símbolo manuscrito, que muitos chegaram a pensar ser a assinatura do próprio Henry Ford, o fundador. Nesse caso, destacavam-se as letras "F" e "D" alongadas, conhecidas como script with wings. Este logotipo acabou sendo usado em todos os modelos da Ford até o final de 1910, e serviu também para registrar a marca "Ford" no sistema de patentes dos Estados Unidos, em 1909.
Lançado em 1909, este logo da Ford caracterizava-se por contar com um tipo de letra manuscrito, destacando-se os alongamentos das letras "F" e "D".

    Foi este logo, que parecia manuscrito, que serviu de base para o primeiro símbolo oval da Ford, que foi exibido pela primeira vez em 1907, mas só introduzido em 1911.

    A inscrição "Ford" dentro do famoso oval azul não é uma reprodução da assinatura de Henry Ford, ainda que essa tenha sido a inspiração para a escolha do tipo de fonte a ser usada.

    A primeira oval, além da inscrição "Ford", era acompanhada pela frase "The Famous Motor Cars" (Os Famosos Carros a Motor), distribuída pela parte superior e inferior da oval, e que servia como uma espécie de selo de qualidade e confiabilidade dos modelos da marca sediada em Detroit. Mais tarde seria, a frase foi retirada, ficando apenas a inscrição "Ford" no interior do oval.
A primeira derivação do logo da Ford com o formato oval que ainda é usado atualmente.

    Este logo acabou sendo usado em todos os veículos Ford e em todas as comunicações institucionais até ao final da década de 1920, tendo sido apenas substituído durante um curto período de tempo, por um logo de desenho diferente, um triângulo alado (inspirado nas asas de um pássaro). Era uma escolha que simbolizava "velocidade, leveza, graça e estabilidade" e trazia adicionada a inscrição "The Universal Car". Henry Ford não gostou desse símbolo e o descartou rapidamente.
Esta versão do logo da Ford, inspiradas nas asas de um pássaro, acabou não agradando Henry Ford.

      Descartado o emblema do pássaro, a Ford deu um passo atrás e regressou às origens, recuperando o símbolo oval. Entre 1917 e 1927 o logo tinha letras pretas sobre o fundo cinzento. A partir de 1927 recebia a cor azul pela qual iria ficar universalmente conhecido.

   O oval do logotipo da Ford destaca-se pela elegância e pela confiança que inspira no consumidor. Já o azul representa a perfeição e força, enquanto o branco representa pureza e nobreza, segundo a marca.

    O Model A foi o primeiro veículo a exibir o logo oval azul da Ford no radiador, e até ao final da década de 1950, quase todos os modelos da fabricante norte-americana ostentaram esse emblema.
Ford Model A: o primeiro Ford a exibir o famoso oval azul na dianteira.

    Só na década de 1970 a Ford afetou pequenas modificações ao seu logo, mudando ligeiramente a cor (sem nunca ter saído do azul) e o oval ganhou um contorno cromado Contudo, chegaram a ser testadas cores alternativas, como branco, vermelho ou preto, no início dos anos 1960.
    O icônico oval azul permaneceu sem alterações significativas até 2003, ano em que o logo foi modernizado para assinalar o centésimo aniversário da Ford Motor Company, sempre sem perder o tipo de letra manuscrito que fez dele um dos símbolos mais reconhecidos em todo o planeta.
O logo atual da Ford continua preservando a forma oval e o fundo azul, mas em 2003 foi ligeiramente modernizado para realçar o centenário da marca.

    Apesar do primeiro esboço ter mais de 100 anos e de ter sido exibido em quase todos os veículos fabricados pela Ford, a verdade é que existem alguns modelos da marca que nunca usaram o famoso símbolo do oval azul, e tiveram a honra de ter um símbolo próprio.


Texto completo no link Auto e Técnica.

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