No dia 11 de Abril de 1934, houve uma cerimônia de posse do primeiro diretor da Companhia Ford de Belterra, o Sr. Archibald Jonhston, e a inauguração do projeto. Entretanto, os documentos de concessão de terras foram assinados no dia 04 de Maio do mesmo ano, findando assim a fundação da localidade .
O nome originou-se de Bela Terra, como era chamada pelos americanos, com a supressão da letra "a", passou a ser Belterra.
Em seguida, a Companhia Ford Industrial do Brasil iniciou as contratações dos auxiliares rurais, mais conhecidos como seringueiros. A partir daí, começaram as derrubadas e queimadas na planície elevada, fazendo o dia virar noite, com o céu acinzentado.
O nome originou-se de Bela Terra, como era chamada pelos americanos, com a supressão da letra "a", passou a ser Belterra.
Em seguida, a Companhia Ford Industrial do Brasil iniciou as contratações dos auxiliares rurais, mais conhecidos como seringueiros. A partir daí, começaram as derrubadas e queimadas na planície elevada, fazendo o dia virar noite, com o céu acinzentado.
Na área desmatada foram construídas casas para empregadores e empregados casados, alojamento para solteiros, clube, campo de golfe, campo de futebol, praças, hospital e necrotério, casas dos médicos, escritório da Companhia, casa das armas, casa de leite, cantinas, escolas, caixas d'água, hidrantes, sistema de água e esgoto, telefone, energia elétrica, serraria, fábrica de gelo, fábrica de sucata e cemitério.
A construção da pequena cidade foi feita no meio das plantações de seringueiras que foram divididas em oito quadras, e as estradas foram numeradas obedecendo o seguinte critério: de leste a oeste as numerações eram ímpares (Estrada 1, 3, 5, 7 e 9); de norte a sul as numerações eram pares (Estrada 2, 4, 6, 8, 10). Foram plantados até o ano de 1937, cerca de 3.200,000 seringueiras, dando origem ao plantio de sistema retilíneo. No mesmo momento, eram feitas pesquisas para criação de clones resistentes a doenças, sendo que já havia produção de enxertos e cruzamentos.
Biblioteca Digital do IBGE
O pequeno vilarejo americano ficou conhecido pela modernidade que havia no meio da floresta e que não era vista em outros centros mais desenvolvidos do país. Belterra tinha o hospital mais bem equipado da América Latina, com aparelhos cirúrgicos caros para a época. As construções eram feitas com madeiras de lei e com materiais trazidos dos Estados Unidos.
O controle nas plantações era rigoroso. Se o trabalho fosse visto como mal feito, teria que ser refeito para que os trabalhadores pudessem ter direito a diária, e aprenderem a trabalhar de forma correta. Quando ocorriam incêndios nos seringais, todos eram avisados e, com ajuda dos bombeiros, continham o fogo. As duas caixas d'água e os nove hidrantes eram essenciais nessas horas.
Os membros das igrejas que queriam evangelizar em Belterra, não eram bem aceitos pela Companhia, e faziam suas visitas clandestinamente. Na Estrada 8, o primeiro culto aconteceu com um pastor da Assembleia de Deus, seguido de representantes da Igreja Católica. Após um certo tempo, depois de uma conversa nos Estados Unidos entre o líder da Ford e o líder da Igreja, a Companhia aceitou a presença de religiosos na região. No coração da Estrada 8 foi erguida a Primeira Igreja Católica de Belterra, em devoção à São José. Seguidas da Igreja de Santo Antonio de Pádua, padroeiro do lugar, da Igreja de Santa Luzia, na Quadra 129, e da Igreja de Nossa Senhora das Graças, na Estrada 10.
Ainda na Estrada 8, foi criado o time de futebol "River Plate", hoje chamado de Santa Cruz Esporte Clube. O esporte sempre esteve presente na vida dos belterrenses. Mais tarde foram criados o União Esporte Clube e o Atlético Belterra Clube, que passaram a ser os dois times rivais, promovendo o clássico de futebol da vila.
Nesse tempo a educação era primordial. A primeira escola provisória fazia suas atividades no Acampamento do Porto Novo. Depois que iniciaram as construções na planície foram feitos os Grupos Escolares Henry Ford, Benson Ford e Edsel Ford e tinham uniforme padrão sedido pela Companhia. Foi implantada também uma escola improvisada na Comunidade de Aramanaí.
A vida em Belterra se resumia em seringais e colheita do látex. Tudo girava em torno da borracha, por ter sido a época de mais destaque no setor comercial.
Em 1943, a Companhia havia decidido sobre a desistência do projeto, que almejava ter 18.000 trabalhadores, mas chegou ao máximo de 5.000. A baixa produção na região, o comércio de borracha sintética na Malásia e, principalmente, o falecimento de seu único filho Edsel Ford, e que gerenciava a empresa, contribuiram para a decisão de negociar as terras com o governo brasileiro. Dois anos depois, através do Banco de Crédito de Borracha da Amazônia (atual BASA), as áreas dos projetos Ford foram negociadas, segundo consta, por um valor simbólico.
Após voltar a ser terra brasileira, passou a ser denominada Plantações Ford de Belterra e Fordlândia, sendo administrada por um brasileiro, o mineiro Manoel Garcia de Paiva, e durante um tempo foi destaque na produção de borracha natural do Brasil.
Nessa época, o Sr. Felisberto Camargo trouxe da Índia raças nobres de bovinos: Nelore, New Jersey e Red Sindi, esta última com o compromisso junto ao governo indiano de não ser usado para consumo, apenas para produção de leite.
O objetivo do administrador do IAN (Instituto Agronômico do Norte) era transformar a área onde funcionam as plantações num pólo agropecuário, com produção de látex e leite bovino, e contava com uma usina de beneficiamento de látex e postos de recebimento de leite.
Durante alguns anos mudaram a administração das terras de Belterra até o dia de sua emancipação, conforme dados abaixo:
1934 - 1945
Companhia Ford Industrial do Brasil
1945 - 1958
Plantações Ford de Belterra e Fordlândia - IAN
1958 - 1962
Estabelecimento Rural do Tapajós - ERT
1962 - 1964
Incorporada a Superintendência da Política e da Reforma Agrária - SUPRA
1964 - 1969
ERT e Ministério da Agricultura - Base Física de Belterra
1995
Emancipação Política.
Elevada a categoria de Cidade através da Lei Nº. 5.928, em 28/12/1995.
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