segunda-feira, 11 de julho de 2011

O SIM de Belterra ao Estado do Tapajós


Como parte da história de Belterra, de sua emancipação e agora da eminência da mudança de Estado do Pará para Estado do Tapajós, publico o Editorial do Jornal A CORRENTE (jornal impresso de Belterra), edição do dia 02/07/2011, que trata do movimento a favor da divisão do estado.


COMICHÃO POLÍTICA
A decisão do Congresso Nacional em submeter a idéia de criação do Estado do Tapajós a um plebiscito, que é a consulta da vontade popular através do voto, causou rebuliço em todo o Brasil, acentuando efeitos, principalmente, no meio político, onde estão concentrados aqueles que são a favor e os que são contra a idéia. Então, pudemos antever a guerra a ser desencadeada entre os que têm razão e conhecimento de causa e, do outro lado, os que lutam sempre por “causas já conhecidas”. Estes, do alto de suas bazófias, revestem-se de defensores da nação, dotados de “consciência política e dever cívico”, tentando convencer a sociedade com suas opiniões hipócritas e oportunistas. Esta prévia teatral será a tônica daqueles que têm interesse em dizer “NÃO” aos ideais de liberdade e autodeterminação da nossa gente, que assim reage para dar um basta ao isolamento e ao descaso.

Deputados Estaduais e Federais, Senadores e Ministros de diversas colorações políticas, ocuparam as tribunas, as Assembléias, as Câmeras de TVs, as Rádios, os Jornais e os demais sistemas da mídia com a finalidade  em agregar trunfos para um ou outro lado. Diversos deles apenas por vaidade e desejo de “aparecer”.
Por outro lado, o Governador do Estado do Pará, definiu-se por montar um “governo itinerante” e decidiu contemplar o eterno esquecido município de Santarém como o primeiro a servir de base para o Grupo Administrativo do Estado. A emenda não caiu bem. Ao invés de consertar e convencer, a ação foi recebida como depreciação à inteligência dos habitantes do oeste paraense. É bom lembrar que Santarém é o centro das reivindicações e caixa de ressonância dos sentimentos decorrentes. Em resumo: o repúdio se alastrou.
Durante o período de 1995 até 2003, vivi o clima da luta pela emancipação do Tapajós quando, nas reuniões de secretário dos municípios do oeste do Pará, ponderávamos sobre esta questão e pude observar, àquela época, que alguns representantes de município vizinhos, especialmente os situados na chamada Calha Norte, esboçavam ligeira rejeição ao projeto por considerarem os colegas santarenos presunçosos e autossuficientes.
Tenho a impressão que a atual liderança do professor Edivaldo Bernardo, à frente do Comitê pro emancipação, haja recebido informações a esse respeito e tomado providências para mudar essas atitudes que de alguma forma influenciam e em nada ajudam.
Há, ainda, um ponto a apreciar: a exagerada centralização ao movimento emancipacionista na cidade de Santarém, a qual força um julgamento embora errado, mas natural, de que a participação dos demais municípios pouco interessa. Talvez, isto se dê pela falta de recursos necessários à implantação de comissão operante em todas as cidades-sede dos municípios que irão compor o novo estado. Se este fator for desconsiderado, corre-se o risco de grandes decepções, motivadas pela ausência de orientação.
Os gritos do SIM, a partir de agora, deverão ser dados a toda altura, com todas as forças, em todos os lugares: nos lares, nos ares, nos mares, nos bares e lupanares, a fim de que se faça impregnar em todos os corações a vontade e o ideal da nossa gente.
Já não nos importa a coceira que incomoda os inúmeros agentes da mesmice. O nosso querer é implacável e não muda. Irá prosseguir arruinando o comichão daqueles que propositalmente, permaneceram surdos e mudos às nossas causas.

Chardival Pantoja / O Editor

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